quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem, uma corda por cima do abismo."Nietzsche

A vida é mais do que simplesmente sobreviver, o ser humano necessita de algo além da pura e simples sobrevivência. Somos seres dotados de inteligência e de capacidade de destruir mitos e ilusões, somos os únicos seres que tem como base de sua sobrevivência a cultura. Somente o homem tem história, os demais animais nascem e se comportam da mesma maneira em qualquer lugar do planeta em qualquer época. Nós não, quando nascemos entramos num mundo que está em construção, isto nos proporciona a capacidade de criar, viver, acreditar, desacreditar, desconstruir, enfim podemos aceitar este mundo do jeito que é, viver de acordo com a moral vigente ou simplesmente romper com (se quisermos) tudo, nada fica de pé sem que queiramos. A nossa capacidade está muito além de viver uma vida mediocre e com tendência para apenas aceitar e continuar levando a vida como está. As pessoas que não tem um senso crítico da realidade, não conseguem viver além da seu ângulo de visão, muitos são apenas marionetes de pessoas e grupos na qual estão inseridos ou que tem como base a moral destes grupos. viver uma vida autêntica é simplesmente romper com tudo aquilo que te faça ser apenas um ser mediocre, uma vida banalizada na ignorância e na incapacidade de crescer intelectualmente. Ao não aceitarmos esta condição estamos vivendo como qualquer outro animal, que simplesmente vivem por instinto. Somos a própria história, criamos e destruimos a nossa cultura, entramos em contradição a todo momento, erramos, caimos e levantamos. Somos Humano, demasiadamente humano.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A internet como ferramenta de liberdade e transformação



Vivemos no auge da informação, da interação em nível global, a internet e as redes sociais nos proporcionam uma condição jamais vista antes na história humana, em questão de minutos podemos ter acesso a um acervo que antes só era vista por um pequeno grupo privilegiado, bibliotecas como as de Londres, Nova Yorque, Roma, Tóquio, Cairo, enfim qualquer lugar do planeta (atualmente a maioria dos países disponibilizam informações na rede). Afinal de contas podemos ler milhares de livros, artigos, blogs, jornais, admirar obras de arte como pinturas de Monet, Van Gogh, Picasso, Chagall entre outros, grandes livros como as obras de Darwin, Freud, Marx, Nietzsche, Platão entre outros, grandes óperas, músicas em geral, teatro, cinema, enfim quase tudo está na rede mundial de computadores, basta ter interesse e pesquisar. Além de termos acesso a esta imensidade de informações e obras, também podemos criar nossos textos, filmes, músicas , obras em geral. Deixamos de ser somente espectadores e passamos na condição de atores. Basta uma idéia e um acesso ao computador para produzirmos o que quiser, claro com responsabilidade. Nossas ações e palavras têm vez e voz, estamos na direção da história, em questão de pouco tempo podemos sair do anonimato e virar celebridades, basta cair no gosto dos internautas e aquilo que você produzir ter inúmeros acessos. As manifestações ocorridas no Brasil em junho deste ano demonstraram um ator diferente na nossa História, as redes sociais. Acredito que as gerações anteriores sentiam as mesmas revoltas que as atuais, porém as ferramentas desta nova geração é mais dinâmica e democrática, não dependemos de uma estrutura piramidal para que as revoltas aconteçam, além disto é mais fácil para aqueles que detêm o poder romper com as revoltas na condição piramidal. Hoje as revoltas são alastradas na horizontal, as forças são distribuídas em milhares de focos, já não dependemos mais de um líder nato, como Lênin ou Che, somos todos lideres de pequenos núcleos, ao repassar os sentimentos de revolta pelas redes sociais. Esta lógica de poder descentralizado dificulta e se torna impossível para ser quebrada pelos poderosos, afinal onde está a liderança, em todo lugar e a todo momento. Todos são interligados por uma rede que vai se alastrando, quando se acha que rompeu uma parte as outras crescem e interligam novamente. Outra questão, quando há um sentimento de revolta, basta apenas um motivo, mesmo sendo algo aparentemente banal, como um preço alto em algum produto, após esta centelha, a chama se alastra e não há como prever o final, ele não tem mais volta, perde o controle e se torna uma revolta generalizada, basta um click e em questão e minutos o mundo está acompanhando, compartilhando ou repulsando imagens, eventos, acontecimentos. A chamada primavera árabe nada mais é do que este alastramento de uma revolta que estava encubada em cada um ser vivo daqueles países dominados por décadas de ditaduras. O que fez a diferença? A rede social, em poucos meses ditaduras e ditadores que antes eram praticamente imbatíveis caíram como frutas podre no pé.



O brasileiro, mistura de três povos: índigena, africano e português


Ao analisarmos a formação do povo brasileiro, verificamos a união de três povos: índio, português e o africano. O português era o povo que manteve o domínio e escravizou os outros dois principalmente o negro africano. Este domínio fez com que a cultura européia dos portugueses prevalecesse com relação à tradição indígena e a cultura africana, os valores da sociedade burguesa dos portugueses são colocados como avançados e os demais como atrasados. O dominador coloca os seus valores como sendo os “verdadeiros”, mesmo com este domínio, a aculturação é forte e tende a juntar as culturas e numa síntese constrói uma nova cultura, com os valores das culturas de origem e com novos valores que são criados. As questões referentes à raça foram construídas colocando o europeu como a raça mais avançado, o índio e o negro como raças atrasadas. Após séculos de escravidão, domínio e massacres, os povos dominados são jogados na sociedade, passando a ser classificados como classes subalternas, pobres, sem nenhuma perspectiva de vida. Já os herdeiros das famílias dominantes e ricas acabam mantendo uma cruel lógica de domínio e subordinação sobre os demais. Ao serem escravizados e mantidos dominados nas senzalas os negros são tratados como peças, objetos, com o passar do tempo, a relação entre os escravos e os dominadores se tornam cada vez mais estreitas, os laços de afetividade dão uma falsa impressão de uma convivência harmoniosa. Porém diferentemente das análises de Gilberto Freyre, o que houve foi uma convivência de dominador sobre o dominado, a cultura de subserviência prevalece e a falsa impressão de paz, é na verdade uma cultura de dominação que acaba prevalecendo sobre uma cultura de rompimento desta lógica. Na nossa sociedade atual, o brasileiro tem certa fama de viver harmoniosamente branco, negro e indígena. Porém, ao focalizarmos melhor as relações percebemos que nossa sociedade trata o racismo de forma velada, são “brincadeiras”, piadas, convivências forçadas que demonstram o nosso preconceito. Basta verificarmos as estatísticas que percebemos melhor as diferenças em que os negros são tratados diante dos brancos. Na parte inferior da pirâmide social encontra-se a maioria de negros e pardos, enquanto na parte superior o domínio e branco. O primeiro passo para acabar, ou pelo menos diminuir a discriminação contra os negros é reconhecer o pré-conceito e acabar com as situações na qual os brancos tendem a serem privilegiados somente por causa de sua cor, antes de acabarmos com a discriminação devemos diminuir o pré-conceito. 

A escola como reprodutora das desigualdades sociais e legitimadora da pobreza


De acordo com a visão funcionalista a educação durante muito tempo tinha como uma de suas características uma visão otimista, uma análise romântica do processo de ensino aprendizagem. A escola tinha (e em muitas análises ainda tem) como principal foco a ascensão social, a diminuição da pobreza, da desigualdade social, o fim do autoritarismo e a busca de privilégios que antes eram adquiridos somente pela classe dominante. Atualmente esta visão é amplamente divulgada pelo senso comum e pelos grupos políticos. Através desta visão todos terão como mudar as estruturas da classe dominante através do acesso à educação, o conhecimento iria libertar os mais necessitados deste processo vicioso de pobreza. Todos em iguais condições buscam uma vida mais igualitária. Nesta perspectiva a escola estaria na condição de neutralidade, todos competiriam em condições de igualdade. Pierre Bourdieu faz duras críticas ao funcionalismo e busca compreender as relações na educação numa perspectiva cultural. Ele faz uma verdadeira revolução no conhecimento, com uma análise crítica e nova. Enquanto no funcionalismo via-se superação das desigualdades sociais, ascensão social, justiça social, nas análises de Bourdieu passa a ver como reprodução das desigualdades sociais, legitimação da pobreza. De acordo com Bourdieu a educação que era vista como o caminho da superação da desigualdade social passa a ser a legitimadora desta sociedade excludente. Nas suas análises o indivíduo é um ator que se deve temer em consideração os mínimos detalhes, a sua individualidade sem desconsiderar a sua socialização. A vida íntima do indivíduo deve ser levada em consideração. Se de um lado Bourdieu afasta-se do subjetivismo, por outro lado ele critica as abordagens estruturais, definidas por ele como objetiva. Para Bourdieu, o indivíduo ao viver num ambiente familiar, numa estrutura social incorporaria habitus familiares, com isto iria conduzi-lo durante sua vida nos mais diversos ambientes. A palavra habitus evita alguns riscos, referindo-se à incorporação de uma determinada estrutura social pelos indivíduos, influenciando decisivamente em seu modo de agir, sentir, pensar de forma que se inclinavam a confirmação e a reprodução, mesmo sem ter a consciência Ele nega o caráter autônomo do indivíduo. Apesar de todas as críticas, Bourdieu fez uma análise extremamente importante para a desconstrução de conceitos e visões românticas do processo educacional, a questão cultural deve ser analisada juntamente com as econômicas e sociais. A instituição educacional não é neutra, a idéia de igualdade é quebrada por ele, alguns estariam numa condição mais favorável do que outros, muitas vezes de forma implícita. Ele mostra o domínio da cultura escolar por um grupo dominante. A idéia do mérito pessoal é rompida por uma visão mais problematizada e com fortes influências, discursos da classe dominante, Bourdieu procurou não só analisar as questões macros sociais, mas sim buscar nos micros sociais explicações de suas análises.

A indústria Cultural no Brasil



A sociedade brasileira tem passado por grandes transformações políticas, econômicas e culturais nos últimos 30 anos. A redemocratização proporcionou avanços e retrocessos nas questões relacionadas ao mundo cultural. Como avanços, podemos exemplificar a democratização e a universalização da cultura, estamos vivendo um momento em que todos podem criar e divulgar suas obras artísticas, afinal a internet está a disposição de todos, obras de grandes artistas, músicas praticamente extintas das prateleiras das grandes lojas, eventos culturais que eram para poucos, enfim com as novas tecnologias alavancadas pela internet estamos todos informados sobre praticamente quase tudo da nossa cultura e de todo o mundo. Por outro lado a indústria cultural também se apropriou destas transformações, os nossos valores, a nossa música, as nossas danças, os nossos filmes, teatro, enfim tudo virou mercadoria de consumo. Filmes que são alvos fáceis desta lógica como Tropa de Elite 1 e 2, Se eu fosse você 1 e 2 entre outros transformaram nosso cinema numa máquina de arrecadar dinheiro. Com investimentos altos, inclusive estatais, enquanto a maioria dos filmes passa por dificuldades para conseguir emplacar ou mesmo após a criação tem dificuldades em ser inseridos nas salas de cinema. Há inúmeros filmes em que são produzidos com valores baixos mas com alta qualidade, porém a lógica do capitalismo colocam alguns filmes com praticamente quase todo os investimentos e propagandas, o lucro prevalece sobre a qualidade. Diante deste cenário de democratização, universalização, avanço sem limite da industria cultural, cabe a cada um buscar elementos culturais de boa qualidade, evitando que a propaganda e o marketing prevaleçam sobre os demais.

A construção da nação brasileira


A construção de uma nação está relacionada diretamente com os grandes eventos e os personagens classificados como heróis que em sua maioria são forjados para dar um sentido e uma motivação na construção de uma nação, no Brasil foram classificados como heróis Tiradentes, Duque de Caxias, Zumbi até mesmo figuras controversas como Getúlio Vargas entre outros. Foi justamente no período de Vargas que se criou o personagem Zé Carioca, um exemplo de “malandro” preguiçoso, cachaceiro, trapaceiro e apaixonado por samba. Personagem criado por Walt Disney para que os EUA pudessem manter o Brasil como aliado em plena Segunda Guerra Mundial. Este estereótipo de brasileiro acaba demonstrando uma visão destorcida da diversidade cultural de nossa nação. O Brasil deve ser classificado levando em consideração as suas diferentes culturas, até mesmo em um mesmo espaço geográfico encontramos uma gama enorme de etnias, diferentes povos vindos de várias partes do país, cada um com sua forma de viver. Nesta diversidade é errôneo fazer um modelo de brasileiro, mesmo que o estereótipo do Zé Carioca fosse um autêntico carioca, não poderíamos dar uma definição de representante da nossa nação. Estereótipos como este colocam o brasileiro como sendo malandro, preguiçoso, que acaba se dando bem com as suas tramóias, é o famoso jeitinho brasileiro. O brasileiro é muito mais do que isto, não cabe rotular a todos com estas características, é um povo trabalhador, sofredor, que em muitos casos buscam uma forma de viver autêntica e com ética. Sabemos a importância da cultura na formação da nação, mas também não podemos deixar que estereótipos nos classifiquem de acordo com interesses alheios, ou visões distorcidas de nações dominantes, como os EUA. Não cabe a governos ditadores e países com forte tendência em nos estereotipar como passivo e pacato isto dá uma tranqüilidade para que os mesmos façam da nossa política os interesses próprios e não interesses nacionais. Devemos buscar na diversidade cultural de nosso povo a construção da nossa identidade, mesclar as nossas qualidades, tradições, o nosso sofrimento, nossas riquezas, cultura, religião, música, dança enfim tudo aquilo que possa nos identificar como brasileiros.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Os conflitos de identidade dentro dos muros da escola

Os registros orientaram a reorganização dos espaços na EE Coronel João Pedro, em Pedreira (SP). Foto: Marina Piedade
Ao verificarmos os conflitos e as relações de identidades dentro dos muros da escola, percebemos o quanto é fundamental a compreensão e o entendimento de todos os envolvidos neste espaço social. Cabe ao professor e num âmbito mais generalizado, no caso a escola, efetuar trabalhos e buscar dentro da literatura acadêmica a parte teórica que irá dar suporte para o direcionamento dos trabalhos dentro da sala de aula.
É complicado e ao mesmo tempo é a própria essência humana os conflitos de identidade, jamais devemos buscar demonizar algumas identidades e colocar outras como o centro das atenções. A construção das identidades se deve na relação dia-a-dia entre alunos-alunos, alunos-professor.
A relação entre estas identidades geram novas identidades que são frutos da síntese das identidades em conflitos, a escola neste ponto se torno um local singular. As lutas destes diferentes grupos culturais e sociais em muitos casos acontecem de forma violenta ou discriminatória, com repercussões que ultrapassam a instituição educacional e reverbera nas relações extraclasses, pois há uma tentativa de sobrepor determinados grupos com relação a outros, há uma discriminação por parte de grupos considerados minoritários.
A escola não pode fugir destas questões, os dilemas e perguntas que surgem nesta relação devem ser discutidas e evidenciadas pelo professor, a escola apesar de não estar totalmente preparada para estas discussões, deve buscar colocar no seu quadro de disciplinas trabalhos, palestras, seminários e eventos que se não conseguirem acabar com as discriminações, pelo menos cria um início de mudanças que em muitos casos são estruturais.
Não somente a escola mas também os trabalhos que são na esfera de governos federais, mudanças nas leis, campanhas educativas, proteção para os grupos minoritários, enfim a busca de mudanças devem pautar-se numa relação mais ampla.
Os professores e profissionais na área educacional devem entender que eles não irão acabar com os problemas, nem muito menos mudar a realidade, porém devem compreender que uma das instituições que são essenciais para o início das transformações sociais é a educação, o espaço educacional é um dos pilares da manutenção ou transformação da cultura atualmente, sendo a principal e com maior competência para trabalhar estes temas, não significando que irá resolver, mas que todos possam viver em harmonia e ao mesmo tempo em sintonia o diferente.
Cabe ao professor identificar os próprios gostos e preferências, conhecer habilidades, limites, frustrações, angústias, sonhos, reconhecer como cada aluno é um indivíduo único, no meio de tantos outros que são também únicos. Este processo busca um autoconhecimento dos professores e também de cada um dos alunos, por isto é fundamental o conhecimento da história de vida de todos os envolvidos neste cenário, deste o nascimento até os dias atuais. Cabe a escola o papel fundamental na construção das identidades e na autonomia de cada um dos alunos.
O espaço escolar se torna de fundamental importância na mudança das atitudes, afinal é o ambiente propicio para os questionamentos, as mudanças de mentalidade e culturalmente, buscando transformar os alunos em cidadãos que respeitam e convivem harmoniosamente com os seus semelhantes, é neste ambiente de aprendizagem que se desconstrói inúmeros equívocos históricos, na qual o preconceito, a discriminação, o racismo acontece descaradamente e muitos casos velado. Devemos como professor a colocação de um modelo de ser humano que queremos ver na construção de nossa sociedade.
Conforme analisou Gramsci a educação é uma das instituições que é de fundamental importância para as mudanças estruturais de nossa sociedade, segundo este pensador, os governos não conseguiriam fazer estas mudanças, devido a contaminação por parte de ideologias dominantes.
Mesmo a escola sendo um instrumento de dominação dos poderosos, e na sua relação cotidiana que crescerá o início das mudanças, em alguns casos será lenta, porém constante.
 Em muitos casos poderemos perceber com mais rapidez, não podemos esquecer das grandes mudanças que estão em voga devido as novas formas de comunicação e rede sociais, algo impensável está acontecendo como por exemplo: as revoltas contra governos ditatórias no Norte da África e Oriente Médio, conflitos na qual foram conhecidos como primavera árabe, além das revoltas na Europa por causa da crise econômica e as de junho no Brasil. Todas estas revoltas tem em comum a questão das novas mídias, as novas formas de comunicação no caso as redes sociais.
A escola entra neste processo, pois afinal de contas a maioria dos alunos já estão inseridos nesta nova forma de convivência, as coisas se tornaram dinâmicas e rápidas, os professores que não se renovarem tanto na questão do conhecimento, quanto na didática irá sofrer para conseguir lecionar.
Não basta deter o conhecimento das novas identidades, mas também compreender a forma na qual elas se interagem e os novos meios em que são dissipadas e vivenciadas. Já não podemos falar de grupos isolados com identidades próprias, mas uma mescla de vivência.


A sociedade pós moderna e as transformações na sala de aula

A sociedade pós-moderna está passando por grandes transformações nas suas inúmeras concepções, a escola não poderia ficar de fora, afinal ela é um dos pilares da construção da humanidade. O que nos diferenciam dos demais seres vivos é a capacidade de construirmos nossa história e através dela podemos ensinar os demais seres humanos os nossos conhecimentos, com isto disseminamos nossas habilidades e construímos uma sociedade com maior capacidade de sobreviver neste mundo repleto de conflitos, dificuldades e obstáculos.
A sociedade atual está num processo de mudança rápida na sua concepção, os pilares dessa sociedade que são a família, a escola, a igreja, os partidos políticos entre outros, buscam se ajustarem dentro desta rapidez, conforme esta gama de concepção enquanto seres que necessitam de uma unidade para sobreviverem. Crescem a todo o momento as chamadas tribos urbanas, são grupos de pessoas que passam a se identificarem uns com os outros através das roupas, forma de andar, músicas, religião entre outros, estas tribos buscam se afirmarem e tentam ganhar espaço a todo o momento, mesmo que para isto passam a discriminar e atacar os demais grupos, um exemplo que está em evidencia são os chamados neo-nazistas, grupos que pregam o ódio e a discriminação de outros grupos como os negros, índios, nordestinos, homossexuais e mulheres.   
 Como a escola está inserida neste contexto, as diferenças entre cada um dos alunos são evidenciadas através das falas, formas de andar, danças, roupas, gírias e nas suas conversas e reuniões entre os grupos, que na sua maioria tem uma forte tendência a seguir os grupos de fora dos muros da escola.
As identidades destes grupos são colocadas em conflitos ao se agruparem em um mesmo local, no caso a escola, as diferenças são evidenciadas e os choques de interesse são cada vez mais destacados. E é justamente neste ambiente em que se agrupam estas turmas que os professores e os demais integrantes da escola tem um papel fundamental. Como conseguir uma unidade, uma síntese deste multiculturalismo dentro de um ambiente tão conflitante que são as salas de aula.
Ao compreendermos este conflito, podemos nos colocar como árbitros desta situação, mostrando que é normal sermos diferentes uns dos outros, não podemos jamais querer que o outro seja igual a cada um de nós. Somos tão diferentes que buscamos nos unir para nos firmarmos como um grupo, para que possamos nos comunicar e demonstrar nossas angústias e concepções de vida. Vivemos tão intensamente nossas diferenças que necessitamos de alguém para nos desabafar e colocar nossos questionamentos para que possamos viver em harmonia conosco e com os outros.
Esta sociedade líquida busca nas suas inúmeras formas de se relacionar, uma maneira de conseguir se sobressair diante dos dilemas em que a humanidade se encontra. Como sobreviver na riqueza e a extrema pobreza, como conciliarmos o crescimento acelerado de nossa forma de viver e a conservação do meio ambiente, como viver em paz se a cada momento estamos construindo mais armas e de alta tecnologia, como curar doenças que são mortíferas e ao mesmo tempo não conseguimos ter uma vida saudável,  como entender o outro se não conseguimos entender a nós mesmos.
Vivemos numa sociedade egoísta e consumista, avaliamos o outro não pelo seu caráter, mas pelos seus bens materiais, julgamos pela aparência, buscamos grupos que nos possam dar algo material, mesmo que seja ilusão. Estes dilemas são refletidos na sala de aula, os grupos minoritários são discriminados e deixados de lado, os alunos buscam se juntarem com grupos que lhes dão evidência, evitam com isto aqueles grupos na qual tem que lutar para sobreviver, são poucos aqueles que continuam a lutar pela sua identidade, afinal a humilhação, os conflitos e as conseqüências são muito doloridas. Desta forma grupos que são de caráter majoritário, que estão em evidência na mídia, são colocados como  exemplos a serem seguidos. A tradição, os costumes e os grupos minoritários são jogados a margem desta sociedade. Infelizmente nossa sociedade está a todo instante se massificando, estamos saindo de uma sociedade heterogênea para uma homogênea, na qual a forma de vida capitalista está prevalecendo sobre os grupos minoritários.
   Cabe aos professores, se não podem evitar esta tendência, pelo menos expor e mostrar aos alunos as diferenças e as diversas formas de identidades, que todos não podem ser hierarquizados, mas sim viverem com respeito mútuo.

Pós modernidade conturbada: Bauman e o conceito de Modernidade Líquida


Dentro da pós modernidade a questão da identidade é profundamente afetada nas relações pessoais dentro das culturas em todo o planeta. Diante da rapidez das mudanças que estão em voga, principalmente através das novas tecnologias, as identidades sofrem grandes transformações, já não podemos falar em culturas intocáveis, ou preservação total de uma determinada etnia. Diretamente ou indiretamente através de guerras, política e degradação do meio ambiente as diversas culturas estão a todo momento num processo de transformação.
Mesmo aquelas etnias que estão isoladas da sociedade industrializada e que em muitos casos nunca tiveram contatos com o homem branco sofrem influências de nossa cultura que a cada dia está mais global. Conforme as análises de Stuart Hall houve uma profunda crise na questão da identidade no período da pós-modernidade.
 Seguindo as análises de Hall, ao longo da história podemos observar um deslocamento da concepção de sujeito com identidade definida, como no período iluminista com forte tendência na racionalidade, buscando na concepção racional uma essência da sua identidade. Num segundo momento surge o sujeito sociológico, sendo um sujeito com forte ligação com o meio social em que vive, a sociedade está ligada diretamente com a sua identidade.
Já no momento atual o sujeito pós-moderno é definido como alguém que não tem uma identidade própria, uma definição exata de sua concepção enquanto sujeito social. Bauman refere como uma sociedade líquida a atual fase em que passa a  sociedade pós moderna. As nossas identidades sociais, culturais e religiosas entre outras não são mais rígidas, nosso pertencimento se tornou flexível e diversificado, os valores que antes eram tidos como imutáveis se tornaram frágeis e flexíveis. Passamos de uma sociedade em que os valores que antes eram inegociáveis para uma de valores negociáveis.
Ninguém escapa desta diversidade cultural, somos todos de uma intensidade menor ou maior de pertencimento a várias culturas e identidades. Um bom exemplo seria algo como: um rapaz é filho de um descendente de escravos vindos do Benin no continente  africano, a mãe é descendente de Italianos. Ele gosta de usar rastafári da cultura jamaicana, gosta de escutar músicas do U2 uma banda irlandesa, assiste filmes hollywoodianos norte americano, tem tapetes fabricados no Irã, toma chimarrão da cultura do sul da América do sul, fuma um charuto cubano, usa um cachecol de palavra francesa que surgiu em Roma, anda num carro fabricado na Alemanha, montado no Brasil, com peças do Japão, gosta de almoçar num restaurante chinês e namora uma argentina.
                        Com toda esta diversidade buscamos encontrar uma razão de nos mantermos pertencentes a um grupo determinado. Vivemos a todo o momento procurando uma razão e uma forma de nos adaptarmos a nossa realidade conturbada e diversificada.
                        As relações estão a cada momento sendo colocadas em movimento, a informatização e os meios eletrônicos nos colocam dilemas nunca antes imaginados, através das redes sociais e da rede mundial de computadores, podemos em questões de minutos termos acesso a diferentes culturas e diferentes formas de pensamento que antes era praticamente impossível.

De acordo com Bauman a nossa cultura ocidental está diluindo como a água que se escorre das nossas mãos, sendo impossível detê-la. Não há nada permanente, as pessoas estão a cada dia em constante mudança, as mudanças na forma de se relacionar, no lado profissional, nos casamentos, concepções de família, religião e comunicação estão a todo momento num movimento constante. As mudanças se tornaram tão freqüentes que em muitos casos não percebemos, é como se estivéssemos em alta velocidade num trem e já não percebemos mais as mudanças, pois estamos inseridos dentro dela, isto explica a dificuldade de gerações mais antigas de se adaptarem a essas mudanças, enquanto as gerações mais novas não vê problema no que está ocorrendo.
A identidade encontra nesta sociedade um dinamismo que reflete diretamente na diversidade cultural, esta sociedade busca através de uma interação entre os diversos grupos culturais uma forma de pensar e de auto afirmação mesmo sofrendo um aculturamento. Questões referentes a linguagem, participações em certos eventos, busca por mudanças na própria estrutura da sociedade, modos de vestir, de se relacionar com o outro, o diferente está colocando a identidade como um tema em debate em todos os campos do saber.
Ao longo da nossa história podemos observar o quanto o tema da identidade tem criado grandes dilemas no campo das ciências humanas.  Os avanços das novas tecnologias e a descrença na sociedade moderna tiram da sociedade contemporânea o seu local de segurança nas grandes transformações que estão em andamento. Esta mesma sociedade que está apreensiva das transformações que estão ocorrendo buscam uma melhor compreensão das identidades.
Aqueles valores que antes eram tidos como imutáveis, seguros e resistentes a mudanças agora encontram-se num dilema, como se auto afirmar e ao mesmo tempo se aproximar e relacionar com povos tão diferentes com objetivos tão diversos.
          


A Globalização e a Pós-modernidade: conceitos controversos


O conceito de Pós-modernidade é bastante discutido nos vários círculos acadêmicos e entre os intelectuais em todo o mundo. Questões relativas à arte, cultura, literatura e sociologia são freqüentemente associada à Pós-modernidade.
Este conceito está relacionado diretamente com alguns fatos marcantes do século XX como o movimento da contra cultura, o feminismo, questões ecológicas e ambientais, religião, sexualidade entre outros, o mundo que antes tinha se pautado em uma racionalidade, em que o homem poderia encontrar a paz, a vida longa, a felicidade com a ajuda da ciência, o progresso, como dizia Comte, se vê frustrado diante das atrocidades da primeira e principalmente da segunda guerra mundial. A ciência e a racionalidade ao invés de levar ao progresso e a paz quase levou a humanidade a um auto-extermínio, a razão da modernidade estava dando lugar ao ceticismo da pós-modernidade. Tendo como um dos principais fatores a desvalorização das questões ideológicas referentes ao período da modernidade, houve uma crise das ideologias que estavam em voga até o século XX.
Os intelectuais e grandes estudiosos do assunto não conseguem chegar num consenso quanto a questão de quando começou a pós-modernidade e para muitos a modernidade não acabou. A pós-modernidade é o rompimento do período moderno, sendo o divisor de água entre os períodos recentes. O afastamento histórico é um dos complicadores no estudo deste conceito, quanto mais afastado no tempo em que estamos estudando melhor é a interpretação, a aproximação histórica nos condiciona e nos coloca explicações com influência forte da parcialidade. Quanto mais distante menos parcial seremos ao analisar os períodos históricos estudados.
As mudanças que ocorreram neste período são profundas e sendo a globalização um novo marco da sociedade mundial. Afinal jamais na História o mundo esteve tão interagido e as informações estão a cada dia mais rápidas e democráticas.
A globalização é um marco na história atual, apesar de alguns analistas colocarem como sendo um processo que se iniciou no século XIV com as descobertas e as grandes navegações principalmente por Portugal e Espanha, o mundo naquela época deixava de ser apenas Europa-Ásia para se expandir em todo o globo terrestre. Porém jamais tivemos algo parecido com o que está ocorrendo desde a segunda guerra mundial, nunca antes os países do globo estiveram tão integrados economicamente e socialmente. Através desta integração governos, pessoas e empresas estão efetuando transações financeiras, comerciais e pessoais, a internet através das redes sociais está a cada dia diminuindo a barreira da comunicação, fazemos parte de uma verdadeira Aldeia Global encurtando barreiras das distâncias e transformando as relações culturais através de uma grande interação e um processo de aculturação em todo o globo terrestre, quase todas as culturas existentes tem alguma forma de ligação com as demais.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Geopolítica no contexto Pós guerra Fria


Durante a Guerra Fria o mundo esteve dividido entre duas grandes potências, EUA e URSS, o capitalismo x socialismo. Neste período o capitalismo estava em confronto direto pela sua manutenção e até mesmo expansão. Com a queda da ameaça socialista, que ocorreu com a derrocada soviética no fim da década de oitenta, o capitalismo pode finalmente se globalizar e atingir todo os cantos do mundo. No período da guerra fria a geopolítica era fundamental para que o capitalismo se mantivesse forte e resistente a ameaça socialista, os maiores gastos foram relacionados em áreas militares e estratégicas, o domínio político era fundamental em cada parte do mundo, esta lógica fez com que americanos e soviéticos se aventurassem nas mais diversas guerras, sem nenhuma lógica econômica, como Vietnã, Afeganistão, Coreia do Norte entre outras. O que prevalecia neste momento era a conquista política, era o confronto da esquerda com a direita liberal, o território físico era de importância estratégica. Após a queda do socialismo, o capitalismo através principalmente dos EUA, diminuiu suas interferências políticas e aumentou as interferências sob um viés de interesse econômico. Os Estados Nacionais não mais buscavam ideologias, partidos políticos mas sim interessavam nos avanços das empresas nesta aldeia global. As guerras que antes tinham uma conotação ideológica, passaram a ter como principal motivação a parte econômica. Com argumentos diversos os EUA invadiram Afeganistão e Iraque para se apossarem de suas riquezas e aumentar sua participação em áreas estratégias na economia global. Recentemente a Rússia mantém apoio incondicional a Síria na guerra civil que assola o país, este apoio se deve a forte ligação dos russos com este país, por questões econômicas principalmente de gás e petróleo. Outras guerras que mereceriam intervenções não foram sequer colocadas como noticiários das grandes mídias, como o genocídio em Ruanda no ano de 1994, onde morreram de forma cruel quase um milhão de pessoas, os locais na qual não há interesse econômico por parte das nações ricas não são colocados nem nas agendas de debate, neste caso os países principalmente da África são deixados a própria sorte, lembrando que a atual pobreza em que se encontram os países africanos se devem a disputas e o neocolonialismo dos países Europeus no século XIX e XX. A geoeconomia está ditando as normas da nova ordem mundial, a economia está colocando na agenda mundial o que é importante ou não. Isto explica os fracassos nas mudanças em questões como direitos humanos, meio ambiente, tentativas de diminuir a fome e a miséria no mundo. Há uma ressalva, diante da crise econômica que o mundo está passando desde 2008 que se iniciou nos EUA e se alastrou por todo o mundo, houve uma necessidade dos Estados Nacionais salvarem o capitalismo desta crise, neste momento todos verificaram que mesmo com a globalização e a diminuição da força dos Estados, eles ainda tem forte poder e forte interferência nas decisões globais. Diante destas análises podemos perceber que a Geoeconomia tomou as rédeas nesta sociedade global, porém a Geopolítica está atenta para qualquer desvio, ela irá interferir e com toda sua força, manterá o domínio capitalista sobre nossas vidas.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons” Martin Luther King






Há cinquenta anos, um dos discursos mais famosos da história foi proferido pelo ativista político Martin Luther King. Ele falou sobre o sonho de uma convivência harmônica entre brancos e negros. Numa época em que o Racismo estava institucionalizado e os negros eram tratados pelos brancos como seres inferiores. 

Nos degraus do Lincoln Memorial em Washington D.C..Segue abaixo o discurso:


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Eu Tenho Um Sonho

28 de agosto de 1963 Washington, D.C.

"Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Independência  estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.

Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nossos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.

Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã  que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano. 

Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais". 

Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. 

Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississípi  um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça. 

Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.

Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo espiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim."

domingo, 14 de julho de 2013

O louco sempre é o outro



O que é a loucura? Quem são os loucos? Quem são os normais?

Todas estas perguntas não são fáceis de responder, o tema loucura é estudado a milhares de anos em diferentes sociedades.
Foucalt, no livro História da Loucura, analisa os discursos da loucura ao longo do tempo, segundo ele o conceito de loucura já teve inúmeras interpretações. Porém no século XVII que houve uma revolução na interpretação do mesmo. Até este século a loucura estava associada ao místico, o desconhecido. Neste século houve uma redefinição deste conceito, a loucura passou a ser a desrazão, tudo aquilo que não era compreendido pela razão era loucura.  O discurso da racionalidade passou a ter uma saída para a incompreensão. Foucalt busca com isto mostrar a história da razão sobre a desrazão, impondo à desordem e ao desvio. 
Os famosos manicômios e hospícios são instituições criadas para abrigar os ditos loucos e com isto criamos uma dicotomia entre aqueles que são loucos ( e que deveriam estar nestes locais) e os normais (que deveriam estar fora). O principal objetivo da criação destes locais é para que possamos classificar que somos normais, afinal de contas não estamos lá dentro, quem está lá é que são loucos.
Durante todo o período em que existiram os famosos manicômios, todos aqueles que eram "indesejados" pela sociedade eram jogados nestes locais, ali eles apodreciam, as condições de vida eram sub humanas.
Sempre apontamos o que é normal e o que é loucura, classificamos as pessoas, as atitudes, os comportamentos, as opiniões, enfim tudo aquilo que vai de encontro com as nossas convicções são passados para a categoria dos loucos.
A ignorância e o fanatismo classificam as pessoas de acordo com os interesses de um determinado grupo, ao buscar uma justificativa para eliminar estes indesejáveis buscamos tirar de nossos ombros um peso que criamos e que não sabemos lidar. É muito fácil apontar e condenar, mas não conseguimos pensar e analisar os comportamentos que não aceitamos. O diferente não é loucura é apenas diferente, o problema não está na diferença, mas na capacidade de aceitarmos os outros. Buscamos justificar e colocar todos numa classificação que é ditado por alguns fanáticos e ignorantes, o pior é que muitos ainda o seguem.
A loucura e a normalidade são pontos de vistas da nossa imensa diversidade cultural, muitos tentam padronizar nossas ações e opiniões, esquecendo de que somos seres humanos e a nossa principal característica é a nossa cultura, ou melhor nossas culturas. O que nos diferencia dos demais animais é a nossa capacidade de mudarmos a todo tempo, somos seres culturalmente diferentes.
Uma vez escutei de um professor uma frase que achei fantástico, ele dizia mais ou menos assim:
"Nós seres humanos podemos romper com qualquer coisa, nada permanece se não queremos". Eu compartilho desta opinião, não vamos ficar "sentados no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar" como dizia o poeta Raul Seixas.
Se a loucura for o oposto desta sociedade consumista, gananciosa, maldosa, egoísta, mediocre e ignorante, EU PREFIRO QUE ME CHAMEM DE LOUCO.

Segue abaixo um trecho de um manicômio de Barbacena que funcionou de 1903 a 1980. A reportagem completa está no site abaixo.

“Milhares de mulheres e homens sujos, de cabelos desgrenhados e corpos esquálidos cercaram os jornalistas. (...) Os homens vestiam uniformes esfarrapados, tinham as cabeças raspadas e pés descalços. Muitos, porém, estavam nus. Luiz Alfredo viu um deles se agachar e beber água do esgoto que jorrava sobre o pátio. Nas banheiras coletivas havia fezes e urina no lugar de água. Ainda no pátio, ele presenciou o momento em que carnes eram cortadas no chão. O cheiro era detestável, assim como o ambiente, pois os urubus espreitavam a todo instante”. 
Esta narração aconteceu no manicômio de Barbacena em Minas Gerais em 1961, foi tirada da reportagem: Holocausto brasileiro: 60 mil morreram em manicômio de Minas Gerais, de Renan Truffi IG São Paulo 12/07/2013 site: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/2013-07-12/holocausto-brasileiro-60-mil-morreram-em-manicomio-de-minas-gerais.html

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Carpe diem




Carpe Diem é uma frase em latim que significa colha o dia ou aproveite o momento. 
Já parou para pensar o quanto nossa sociedade é metódica, disciplinada, moralista e superficial? Somos disciplinados desde a maternidade, nossas atitudes são monitoradas e regradas a todo momento. Somos cobrados desde criança as notas na escola, a profissão que devemos seguir, a religião que devemos professar, os livros, as músicas, os lugares para se divertir, as pessoas que devemos conversar, os programas de televisão que são "bons" e enfim toda a nossa trajetória de vida é monitorada e avaliada de acordo com um moral decadente burguesa, cristã, capitalista e ocidental. 
Nossa moral nos coloca quais as profissões que devemos fazer e quais que admiramos mais não podemos fazer.  Vivemos na ditadura da moda, na qual somos induzidos a vestir determinadas roupas em determinados locais só para manter "a pose". Vivemos na ditadura da etiqueta, devemos saber quais talheres são apropriados para se alimentar em determinados momentos. Devemos assistir e se divertir de acordo com a moral burguesa de nossa sociedade.
Sempre nos falam o que é bom para nós, mas esquecem de perguntar o que é bom para você. Afinal de contas somos seres únicos e culturalmente não temos outro ser nem parecido. Se a felicidade é subjetiva e somos seres únicos, como podem padronizar a diversão? Por que devemos seguir o que a maioria faz?  Muitos dirão: mas você pode fazer o que quiser. Com certeza, mas o peso da escolha faz com que a maioria nem inicie algo diferente do que é ditado.
Como se desprender das correntes que nos aprisionam? Como seguir uma profissão, escutar as músicas, sair para se divertir ou simplesmente se alimentar sem ser questionado?
Não se pode nem ficar calado refletindo ou ficar triste que logo vem alguém é diz: Você não está bem. As pessoas são obrigadas a estar bem o tempo todo, a sorrir, a aplaudir, a conversar enfim somos mais obrigados a fazer determinadas coisas e nossa vontade acaba ficando de lado.
Então e o Carpe Diem?
A felicidade é um conceito filosófico muito complexo, afinal o que determina nossa felicidade, ou melhor o que é a felicidade?
Faça aquilo que te der prazer, o prazer em viver coisas únicas. Viver o momento, não sair de forma infantil fazendo coisas que são colocadas em filmes norte-americanos como exemplos. Mas viver os detalhes de sua vida, aproveitar os momentos com a sua família, degustar os alimentos da sua vó, aproveitar os bons filmes que você escolheu para assistir, sair e enfim viver cada momento sem se preocupar tanto com o que os outros irão dizer, ou com a opinião alheia.
Colha o dia, imagine que cada dia é único, não deixe sua vida cair numa rotina. 
Busque a felicidade em tudo, não somente em coisas grandiosas.




sábado, 1 de junho de 2013

"Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes."Shakespeare
Guerra do Vietnã2 milhões de mortos
Campos de concentração nazista 2° guerra mundialNúmeros de mortos: 6 milhões

Relato de sobrevivente do campo de concentração:
 Motke Zaidl e Itzhak Dugin


"No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma posta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos: 'É preciso que se habituem a isso'; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra 'morte' ou a palavra 'vítima', porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, era merda, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada."


Genocídio em Ruanda 1994 
Massacre perpetrado por extremistas hutus contra tutsis.

Quase um milhão de mortos

Um massacre que durou 100 dias, a maioria das mortes foram através de facões, e os corpos ficaram expostos nas ruas.Os países ricos simplesmente não fizeram nada, os poucos soldados da ONU se retiraram e deixaram a população ser massacrada e a maioria das mulheres serem estupradas.E a imprensa? E só questionar as pessoas se elas ficaram sabendo deste massacre. Muitos sabem sobre a Bósnia, Iraque, Kuwait entre outros, afinal de contas estes locais tinham interesses econômicos.O filme Hotel Ruanda retrata esta carnificina.“Todos os grandes personagens viraram as costas para nossos massacres. Os boinas-azuis, os belgas, os diretores brancos, os presidentes negros, as pessoas humanitárias e os cinegrafistas internacionais, os bispos e os padres, e finalmente até Deus.” A constatação é de Élie Mizinge, um dos assassinos confessos hútus que participaram do massacre em Ruanda



Bombas de Hiroshima e Nagasaki


220 mil mortos diretamente e milhares de mortos devido a deformação genética, além de mortes devido a traumas.


Jim Jones e o “suicídio” coletivo de 900 pessoas

James Warren "Jim" Jones foi pastor evangélico americano e fundador da igreja Templo do Povo, que tornou-se sinônimo de grupo suicida após o suicídio em massa de 18 de novembro de 1978 por envenenamento, em sua isolada coletividade comunitária agrícola chamada Jonestown, localizada na Guiana.

Por que não nos questionamos o quanto é sofrível a vida.



Por que evitamos nos perguntar coisas que nos colocam dilemas como por exemplo:
Por que pessoas boas, bebês e indefesos morrem de forma violentas, ou adquirem doenças que interrompem vidas de pura dedicação ao próximo?
Por que não nos questionamos o quanto é sofrível a vida.

Tentamos a todo momento colocar um significado na vida, mas afinal é possível?
Vivemos uma vida autêntica ou simplesmente buscamos um significado para ela?
Faz sentido em tudo que está acontecendo, ou no desespero de achar algum significado colocamos respostas na sua maioria forçadas.
Como nos deparamos com questões como: a clonagem, afinal de contas o ser humano está perto de seguir na mesma lógica da  fabricação em série das indústrias, mas com seres humanos.
Estes questionamentos nos colocam dilemas que muitas vezes não queremos enfrentar, até onde podemos chegar?
Há lógica na vida? Ou tentamos criar lógica para tudo?
Quando nascemos começamos a vida ou a morte?
Se pararmos para pensar, ai sim perceberemos o quanto é extremamente díficil a vida. Lutamos desde o ínício ao nascer para que possamos respirar e se manter de pé, logo em seguida crescemos com doenças, violências e a cada momento que passa o nosso corpo vai perdendo células e envelhecemos.
Estamos o tempo todo buscando a felicidade, mas o que seria isto?
Momentos fugazes de prazeres, já parou para pensar que no momento em que realizamos nossos sonhos e desejos logo em seguida começamos os periodos de incertezas e sofrimentos. Enfim, todos os pequenos períodos de prazer, felicidade e interligados por grandes períodos de lutas, sofrimento e desprazeres.
A vida é um mar de sofrimento e pequenas ilhas de felicidade.
Como conseguiremos lidar com isto?
Viva intensamente todos os momentos, não importa se está ruim, se você está sofrendo, ou se está passando por dificuldades, não espere este pequeno tempo de felicidade. Busque no sofrimento uma forma de ser feliz. 

domingo, 19 de maio de 2013

A violência como forma de alto afirmação





      O que leva os seres humanos a violência?
     Porque mulheres, índios  negros, homossexuais, nordestinos, pobres, crianças, idosos entre outros são alvos frequente de qualquer tipo de violência?
      Nascemos violentos ou na nossa vivência adquirimos personalidade deste tipo?
     Com exceção da raça humana, todos os outros animais utilizam formas violentas somente como instinto de sobrevivência, sendo uma forma de proteção e de se alimentar. Não existe maldade nos outros seres vivos. O ódio, o rancor o ato de efetuar maldade por prazer são exclusivos da espécie humana.
     Cenas como colocar fogo em alguém, quem não se lembra do índio Galdino que em abril de 1997 foi morto por cinco rapazes de classe média alta em Brasília por pura diversão, ou no caso da empregada que foi espancada por também cinco rapazes de classe média no Rio de Janeiro em 2007, eles falaram que confundiram-na com uma prostituta, como se a prostituta não tivesse importância.
      Estes dois exemplos são apenas uma amostra dos números que colocam o Brasil no topo da violência no mundo, sendo que muitos destes números são de violências com motivo banal.
      O filósofo Thomas  Hoobes em O Leviatã coloca que o homem é o lobo do homem (Bellum ommium contra omnes, guerra de todos contra todos), no estado de natureza nascemos com instintos de violência, sendo necessário que haja uma força externa para evitar a auto destruição. Por isto criamos o Estado (o Leviatã), aquele que tem o monopólio da violência. Somente, segundo Hoobes, através deste pacto ( O Estado) é que conseguimos viver em paz (ou pelo menos tentamos).
    Já outro filósofo, Jean Jaques Rousseau, coloca que o homem nasce bom, porém a sociedade o corrompe, a vivência em sociedade cria seres violentos.
      Ter raiva é natural, afinal de contas as pessoas se frustam, a convivência com o diferente gera conflitos de opinião e as disputas são fundamentais para a evolução de qualquer espécie, é a seleção natural de Darwin.
      Porém, da raiva para a violência há uma grande diferença. Afinal de contas somos seres racionais, somos repleto de uma inteligência que nos proporciona a escolha mesmo em  momentos de raiva o que é melhor para nós e para o outro.
      Todos os seres que utilizam qualquer tipo de violência (física, verbal, moral) são pessoas incapazes de utilizar sua racionalidade para controlar seus instintos. Não tem controle sobre o seu biológico, vivem em muito dos casos como seres irracionais.
      A única forma de evitar a formação de seres desta natureza são através da boa educação de nossas crianças, não apenas uma formação intelectual, escolar ou profissional, mas cria-los numa vida autentica, não só falando, mas demonstrando com exemplos atitudes em que devemos respeitar e conviver com o diferente, sem preconceito, discriminação e com tolerância.
      Não dê somente bonecas brancas para as crianças, dê também as bonecas negras. Dentro do possível tenha  animais de ambas as cores (isto irá demonstrar evitar que cresçam com sentimentos racistas).     Demonstre o valor da experiência, valorizando o conhecimento histórico, valorize as histórias das avós e avôs (isto irá demonstrar o quanto devemos respeitar os mais velhos). Não dê apenas carros de brinquedos para meninos e bonecas para as meninas, isto irá reforçar a discriminação de gênero, mostre que, tirando o biológico, o restante é construção histórica de homem e mulher. Leve-o em diferentes religiões para conhece-las, afinal a ignorância coloca a sua religião como a "verdadeira", isto cria sentimentos de que o outro está vivendo no mal e você no bem, não sabendo que o outro também pensa desta maneira. Mostre o valor da felicidade, tirando a ideia de que o que você pensa sobre ser feliz deva ser universal, a felicidade e algo estritamente subjetivo, a vida de cada um deve ser respeitada, isto irá demonstrar o quanto a opção sexual é algo particular e não algo que deva ter questionamentos público.
      Devemos respeitar todos os seres vivos, ao invés de vivermos na hipocrisia de classificar, apontar o que deve e o que não deve ser aceito moralmente, deveríamos sim preocupar com questões como: trabalho infantil (no Brasil temos mais de 700 mil crianças trabalhando), colocando gerações e mais gerações num ciclo vicioso de pobreza e falta de expectativa de uma vida digna. Ou questões como: diminuição de mortes por questões que deveriam ter superadas há muito tempo como: doenças por saneamento básico deficiente, analfabetismo, prostituição infantil, fome entre outros.
    A violência só mostra o quanto somos seres que apesar de termos racionalidade, somos medíocres  infantis e que na sua maioria não contribuímos em nada para a construção de uma sociedade que realmente possa ter a classificação de civilizada.


domingo, 28 de abril de 2013

O fundamentalismo religioso




      Quando acontece algum atentado terrorista, como foi o caso recente de Boston, sempre há aquela ideia (pelo menos de uma grande maioria) de que o terrorismo é algo criado e sustentado pelo islã. Os muçulmanos são colocados como suspeitos e há uma tendência de relacionarmos estas brutalidades com a Jihad islâmica. A palavra Jihad tem um significado essencialmente da religião islâmica e significa:  empenho, esforço. Diferentemente do que muitos pensam ela não significa Guerra Santa, este nome foi dado pelos Europeus principalmente durante a Idade média.
      A igreja católica foi responsáveis por inúmeras "Guerras Santas", principalmente durante o períodos das Cruzadas, na qual com argumentos religiosos os cristãos atacaram e invadiram a palestina para conquistar aquele território.

Multidão presta um tributo às vítimas dos ataques na Noruega com milhares de flores em Oslo, 24 de julho:imagem 3
Os atentados, perpetrados por um ativista de extrema-direita e fundamentalista cristão, resultaram em pelo menos 76 morto na Noruega 2011.


O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA, é um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexar-se à República da Irlanda. Utiliza-se métodos terroristas de ataque a protestantes.

      O fundamentalismo como conhecemos hoje nasceu dentro do cristianismo, nos EUA final do século XIX e início do XX, precisamente dentro do protestantismo da igreja Batista fim da década de 1910.
      No livro sagrado dos cristãos (a Bíblia) há vários textos que incitam a guerra em nome de Deus, como nos exemplos abaixo:
      “No Novo Testamento, Jesus encontrou com soldados romanos que estavam cumprindo ordens e não os censurou por matar, disse apenas que deveriam se contentar com seu salário e não se corromper (Lc 3:14). Em Mateus 8:5-10 e Atos 10 lemos sobre a fé de soldados que não foram recriminados por Jesus por terem matado ninguém”.
       No Antigo Testamento, Deus ordenou aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas” (Números 31:2). Deuteronômio 20:16-17 declara: “Porém, das cidades destas nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego. Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente...” Além disso, 1 Samuel 15:18 diz: “Enviou-te o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los.” Obviamente, Deus não é contra toda a guerra. Jesus está sempre em perfeito acordo com o Pai (João 10:30), de modo que não se pode argumentar que a guerra era a vontade de Deus apenas no Antigo Testamento. Deus não muda (Malaquias 3:6, Tiago 1:17).

      Também dentro do Alcorão encontramos trechos que incitam a guerra como os exemplos abaixo:
      [2.190] ... Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem...[2.191] Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos.

     ...Recordai-vos de que, quando Deus vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos, desejastes enfrentar o desarmado. E Deus quis fazer prevalecer a verdade, com as Suas palavras, e exterminar os incrédulos,

      E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos fiéis! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!

     [9.19] ... lutam pela causa de Deus?... [9.20]... migrarem e sacrificarem seus bens e suas pessoas pela causa [Jihad] de Deus...


Ataque terrorista 11 de setembro 2011 EUA.


Soldado da Jihad islâmica, o alcorão numa mão e um fuzil na outra.

      A religião justifica tudo: a guerra e a paz, a vida e a morte, o bom e o ruim, a união e a discórdia, a liberdade e a prisão, enfim tudo pode ser justificado em nome de Deus. 
     Em nome de Deus os homens criaram grandes Estados que massacraram milhões de pessoas. Tanto Estados Teocráticos como Estados Ateus mataram e massacraram.
     Em toda a História da humanidade a religião foi motivo de amor e guerra, podemos tirar qualquer justificativa dentro dos livros sagradas como argumento para tudo.
      O fundamentalismo não está relacionado a determinada religião, as pessoas buscam justificativas para a intolerância.
      Não podemos em pleno século XXI aceitar atitudes racistas, xenofóbicas, discriminatórias que causem mortes e intolerãncias com pessoas que são simplesmente diferentes de nós.
     O fundamentalismo deve ser combatido na raíz, não podemos deixar alastrar grupos fundamentalistas num estado democrático de direito. Denuncie qualquer atitude discriminatória.