domingo, 19 de maio de 2013

A violência como forma de alto afirmação





      O que leva os seres humanos a violência?
     Porque mulheres, índios  negros, homossexuais, nordestinos, pobres, crianças, idosos entre outros são alvos frequente de qualquer tipo de violência?
      Nascemos violentos ou na nossa vivência adquirimos personalidade deste tipo?
     Com exceção da raça humana, todos os outros animais utilizam formas violentas somente como instinto de sobrevivência, sendo uma forma de proteção e de se alimentar. Não existe maldade nos outros seres vivos. O ódio, o rancor o ato de efetuar maldade por prazer são exclusivos da espécie humana.
     Cenas como colocar fogo em alguém, quem não se lembra do índio Galdino que em abril de 1997 foi morto por cinco rapazes de classe média alta em Brasília por pura diversão, ou no caso da empregada que foi espancada por também cinco rapazes de classe média no Rio de Janeiro em 2007, eles falaram que confundiram-na com uma prostituta, como se a prostituta não tivesse importância.
      Estes dois exemplos são apenas uma amostra dos números que colocam o Brasil no topo da violência no mundo, sendo que muitos destes números são de violências com motivo banal.
      O filósofo Thomas  Hoobes em O Leviatã coloca que o homem é o lobo do homem (Bellum ommium contra omnes, guerra de todos contra todos), no estado de natureza nascemos com instintos de violência, sendo necessário que haja uma força externa para evitar a auto destruição. Por isto criamos o Estado (o Leviatã), aquele que tem o monopólio da violência. Somente, segundo Hoobes, através deste pacto ( O Estado) é que conseguimos viver em paz (ou pelo menos tentamos).
    Já outro filósofo, Jean Jaques Rousseau, coloca que o homem nasce bom, porém a sociedade o corrompe, a vivência em sociedade cria seres violentos.
      Ter raiva é natural, afinal de contas as pessoas se frustam, a convivência com o diferente gera conflitos de opinião e as disputas são fundamentais para a evolução de qualquer espécie, é a seleção natural de Darwin.
      Porém, da raiva para a violência há uma grande diferença. Afinal de contas somos seres racionais, somos repleto de uma inteligência que nos proporciona a escolha mesmo em  momentos de raiva o que é melhor para nós e para o outro.
      Todos os seres que utilizam qualquer tipo de violência (física, verbal, moral) são pessoas incapazes de utilizar sua racionalidade para controlar seus instintos. Não tem controle sobre o seu biológico, vivem em muito dos casos como seres irracionais.
      A única forma de evitar a formação de seres desta natureza são através da boa educação de nossas crianças, não apenas uma formação intelectual, escolar ou profissional, mas cria-los numa vida autentica, não só falando, mas demonstrando com exemplos atitudes em que devemos respeitar e conviver com o diferente, sem preconceito, discriminação e com tolerância.
      Não dê somente bonecas brancas para as crianças, dê também as bonecas negras. Dentro do possível tenha  animais de ambas as cores (isto irá demonstrar evitar que cresçam com sentimentos racistas).     Demonstre o valor da experiência, valorizando o conhecimento histórico, valorize as histórias das avós e avôs (isto irá demonstrar o quanto devemos respeitar os mais velhos). Não dê apenas carros de brinquedos para meninos e bonecas para as meninas, isto irá reforçar a discriminação de gênero, mostre que, tirando o biológico, o restante é construção histórica de homem e mulher. Leve-o em diferentes religiões para conhece-las, afinal a ignorância coloca a sua religião como a "verdadeira", isto cria sentimentos de que o outro está vivendo no mal e você no bem, não sabendo que o outro também pensa desta maneira. Mostre o valor da felicidade, tirando a ideia de que o que você pensa sobre ser feliz deva ser universal, a felicidade e algo estritamente subjetivo, a vida de cada um deve ser respeitada, isto irá demonstrar o quanto a opção sexual é algo particular e não algo que deva ter questionamentos público.
      Devemos respeitar todos os seres vivos, ao invés de vivermos na hipocrisia de classificar, apontar o que deve e o que não deve ser aceito moralmente, deveríamos sim preocupar com questões como: trabalho infantil (no Brasil temos mais de 700 mil crianças trabalhando), colocando gerações e mais gerações num ciclo vicioso de pobreza e falta de expectativa de uma vida digna. Ou questões como: diminuição de mortes por questões que deveriam ter superadas há muito tempo como: doenças por saneamento básico deficiente, analfabetismo, prostituição infantil, fome entre outros.
    A violência só mostra o quanto somos seres que apesar de termos racionalidade, somos medíocres  infantis e que na sua maioria não contribuímos em nada para a construção de uma sociedade que realmente possa ter a classificação de civilizada.