Quando acontece algum atentado
terrorista, como foi o caso recente de Boston, sempre há
aquela ideia (pelo menos de uma grande maioria) de que o terrorismo é
algo criado e sustentado pelo islã. Os muçulmanos são colocados como suspeitos
e há uma tendência de relacionarmos estas brutalidades com a Jihad islâmica. A palavra Jihad
tem um significado essencialmente da religião islâmica e significa:
empenho, esforço. Diferentemente do que muitos pensam ela não significa
Guerra Santa, este nome foi dado pelos Europeus principalmente durante a Idade
média.
A igreja católica foi responsáveis por inúmeras "Guerras
Santas", principalmente durante o períodos das Cruzadas, na qual com
argumentos religiosos os cristãos atacaram e invadiram a palestina para
conquistar aquele território.
Os atentados, perpetrados por um ativista de extrema-direita e fundamentalista cristão, resultaram em pelo menos 76 morto na Noruega 2011.
O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA, é um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexar-se à República da Irlanda. Utiliza-se métodos terroristas de ataque a protestantes.
O fundamentalismo como conhecemos hoje nasceu dentro do cristianismo, nos
EUA final do século XIX e início do XX, precisamente dentro do protestantismo
da igreja Batista fim da década de 1910.
No livro sagrado dos cristãos (a Bíblia) há vários textos que incitam a
guerra em nome de Deus, como nos exemplos abaixo:
“No Novo Testamento, Jesus encontrou com soldados romanos
que estavam cumprindo ordens e não os censurou por matar, disse apenas que
deveriam se contentar com seu salário e não se corromper (Lc 3:14). Em Mateus
8:5-10 e Atos 10 lemos sobre a fé de soldados que não foram recriminados por
Jesus por terem matado ninguém”.
No Antigo Testamento,
Deus ordenou aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas”
(Números 31:2). Deuteronômio 20:16-17 declara: “Porém, das cidades destas
nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o
que tem fôlego. Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás
totalmente...” Além disso, 1 Samuel 15:18 diz: “Enviou-te o SENHOR a este
caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e
peleja contra eles, até exterminá-los.” Obviamente, Deus não é contra toda a
guerra. Jesus está sempre em perfeito acordo com o Pai (João 10:30), de modo
que não se pode argumentar que a guerra era a vontade de Deus apenas no Antigo
Testamento. Deus não muda (Malaquias 3:6, Tiago 1:17).
Também dentro do Alcorão encontramos trechos que incitam a guerra como os exemplos abaixo:
[2.190] ... Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem...[2.191] Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de
onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não
os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas,
se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos.
...Recordai-vos
de que, quando Deus vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos,
desejastes enfrentar o desarmado. E Deus quis fazer prevalecer a verdade, com
as Suas palavras, e exterminar os incrédulos,
E
de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos
fiéis! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e
decepai-lhes os dedos!
[9.19]
... lutam pela causa de Deus?... [9.20]... migrarem e sacrificarem seus bens e
suas pessoas pela causa [Jihad] de Deus...
Ataque terrorista 11 de setembro 2011 EUA.
A religião justifica tudo: a guerra e a paz, a vida e a morte, o bom e o ruim, a união e a discórdia, a liberdade e a prisão, enfim tudo pode ser justificado em nome de Deus.
Em nome de Deus os homens criaram grandes Estados que massacraram milhões de pessoas. Tanto Estados Teocráticos como Estados Ateus mataram e massacraram.
Em toda a História da humanidade a religião foi motivo de amor e guerra, podemos tirar qualquer justificativa dentro dos livros sagradas como argumento para tudo.
O fundamentalismo não está relacionado a determinada religião, as pessoas buscam justificativas para a intolerância.
Não podemos em pleno século XXI aceitar atitudes racistas, xenofóbicas, discriminatórias que causem mortes e intolerãncias com pessoas que são simplesmente diferentes de nós.
O fundamentalismo deve ser combatido na raíz, não podemos deixar alastrar grupos fundamentalistas num estado democrático de direito. Denuncie qualquer atitude discriminatória.