quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Educação transformadora



A escola não pode ser analisada separadamente do contexto cultural, social e político da comunidade em que está inserida, pois interferem diretamente na educação do aluno. Cabe a ela ter certa ousadia para buscar transformar o pensamento de seus alunos e com isto romper com modelos ultrapassados e desacreditados por todos. É preciso que haja uma interação constante entre esta tríade: aluno, escola e comunidade. Todos os problemas que envolvem qualquer uma destas partes irão afetar diretamente no aprendizado do aluno. Qualquer projeto pedagógico deve levar em consideração estes grupos. Vejo nas escolas certo distanciamento entre estes elementos, não consigo perceber uma interação que realmente possa contribuir de forma marcante a educação destes alunos. Os pais não têm uma participação ativa na educação dos seus filhos, a comunidade não tem o compromisso com o todo. Vejo em muitos casos disputas e confrontos entre alunos, professores e comunidades que acabam desacreditando a educação dos alunos.
Para que haja uma profunda mudança desta realidade é fundamental que a escola passe a interagir mais com os alunos e comunidades. Criando canais de comunicação mais ativos, como debates, festas comemorativas com projetos culturais e artísticos. Passeios em locais educacionais, podendo ser na própria cidade, como praças, bibliotecas, museus, teatros e outros. Os livros educacionais são fundamentais para manter o currículo e as diretrizes da educação, porém cabe aos professores manter o conteúdo adaptado com a realidade local, podendo solicitar exemplos dos alunos e buscar através de conhecimentos dos pais uma forma de situar os alunos do conhecimento acadêmico com o popular. Podem-se solicitar entrevistas com os pais, como por exemplo: se a disciplina for história, como eram determinadas questões na juventude de seus pais, se for biologia, como se curavam determinadas doenças, se for sociologia como era determinada comportamentos entre outros.
Acho de extrema importância a interdisciplinaridade dos conteúdos, buscando colocar os alunos não como coadjuvantes do processo educacional, mas como atores principais. A educação deve se pautar na realidade de cada comunidade, devendo a escola ter uma visão mais audaciosa, como romper com métodos que buscam na decoreba uma forma de continuísmo do sistema educacional, cabe ao professor colocar os alunos de sua escola como protagonistas de sua história e de suas vidas.
“Educação não transforma o mundo.Educação muda as pessoas.Pessoas transformam o mundo” Paulo Freire

A educação no Brasil pede socorro



A escola não está preparando de forma adequada os jovens para a vida adulta, os currículos escolares são defasados e o método de ensino é ineficiente, os alunos passam pelos bancos da escola sem adquirir uma estrutura mental que possam encarar o mundo adulto de forma responsável e com ética.  O modelo educacional brasileiro é ultrapassado e os currículos não conseguem digerir as mudanças que ocorrem com velocidades infinitamente superiores. É preciso uma maior interação entre os educadores e comunidades para que estes alunos possam ter na escola uma formação que lhe garanta uma vida madura e uma preparação mais firme para seu crescimento pessoal e profissional. O corpo docente tem uma péssima formação, muito dos professores não tem curso superior, uma grande parte não está lecionando na disciplina que formou, alem disto a formação continuada é pouco valorizada, ou simplesmente ignorada pelo poder público, o excesso de carga horário devido a baixos salários fazem com que estes profissionais não se atualizem o necessário. Os pontos positivos da escola são o seu rompimento com parte da cultura familiar que reproduz valores que não contribuem para o crescimento intelectual e moral destes jovens. Vejo que mesmo com todas as dificuldades citados acima, ainda a escola é a melhor maneira de transformar os jovens, vejo como esperança maior a educação, sem ela nada poderia dar certo. Preconceitos, discriminação, intolerância, ódio, desrespeito são influenciados pela cultura em que estes jovens estão inseridos e a escola é uma instituição que consegue quebrar partes desta forma de viver. Precisamos de um engajamento político, cultural e social rumo uma transformação mais consistente da nossa educação.

Uma mudança essencial para o a educação brasileira seria uma reforma ampla do sistema educacional, seu currículo, formação de carreira e salários dos professores equiparando os salários destes profissionais com outros profissionais de mesmo nível superior, investimento na questão de escola integral, valorização de quem opta por seguir a carreira de professor,  entre outros, estas seriam mudanças a nível nacional de cunho político e de participação da sociedade civil. A nível local e de forma bem direta, os professores, alunos, a escola e comunidades devem interagir constantemente para efetuar levantamento de suas necessidades e colocar  o conteúdo disciplinar em interação com a vida destes alunos. Cabem as famílias com apoio da escola uma maior participação na vida escolar dos alunos. A escola não pode ser considerada uma solução para todos os problemas da sociedade, mas é fundamental que sem a escola nada conseguirá melhorar, o dia-a-dia entre alunos, escola e comunidades devem ser pautados numa agenda que busque a todo o momento uma melhora da educação dos alunos. A educação deve ultrapassar os muros da escola e ser estendida para o mundo social de todos.

sábado, 1 de novembro de 2014

O mito de país cordial é enterrado com atos de ódio a nordestinos e pobres


Durante as últimas 3 semanas o Brasil teve um período de grande transformação na sua vida política, não me refiro aos candidatos, mas sim a população. O embate acirrado entre Dilma e Aécio para o cargo de presidente da República fez com que o brasileiro tomasse posição política e ideológica, a maioria que encontrava-se numa posição confortável de certo anonimato passou a defender e de certa forma mostrar o que apoiam e qual sua posição ideológica. Os ataques pessoais e os históricos dos candidatos e partidos foram expostos na melhor e pior maneira, Pelos números esta foi a eleição presidencial mais apertada desde 1989, mas o que mais me chamou atenção foram os "enfrentamentos" ideológicos das pessoas, principalmente nas redes sociais, vi coisas que somente presenciava no nosso futebol, finalmente posso dizer que o brasileiro além de discutir futebol, passou a discutir política, talvez seja passageiro, mas desde as manifestações de junho/13 o nosso país está mais politizado, mais interessado por questões sociais e nacionais . 
Nesse período vi emergir do subterrâneo a verdadeira face de boa parte de nossa sociedade preconceituosa, discriminatória e com um ódio que estampa a face de muitos. Os nordestinos e pobres foram as vítimas mais perseguidas, foram quebrados em cheio aquele ditado de que somos um país cordial e que vivemos sem discriminação. Nossa sociedade tem muita gente boa, mas infelizmente tem uma grande quantidade que se for provocada colocam todo o seu ódio sobre os grupos minoritários. Isto é muito perigoso, a história já nos mostrou coisas perplexas como o holocausto, em que atitudes de ódio foram instigadas e milhões de judeus que passaram a ser bode expiatório foram mortos com a ajuda direta e indireta da população, muitos ajudaram com a conivência dos massacres e simplesmente não fizeram nada. 
Em vários eventos (mesmo sendo de um público pequeno) estão pedindo o impeachment da presidente Dilma e a volta dos militares, pensamentos da extrema direita com alto teor de ódio podem influenciar e até criar uma desestabilização de nossa sociedade e da nossa democracia. Já tivemos momentos de ditaduras no nosso país, aqueles que tem um pouco de inteligência não apoiariam estes dementes que buscam os seus interesses a todo custo. São estes mesmos indivíduos que criaram momentos de vergonha no nosso país diante de todo o mundo, ao xingar a sua autoridade máxima num estádio de futebol, demostrando toda sua falta de respeito com um ser humano e com a nossa República, uma parte da população que encontra-se numa posição financeira boa e que está pouco se lixando para o restante da população. Ao criticarem os programas de transferência de renda como o Bolsa Família (Ganhador do I Prêmio para Desempenho Extraordinário em Seguridade Social Award for Outstanding Achievement in Social Security. A premiação foi anunciada pela Associação Internacional de Seguridade Social (em inglês, ISSA) para o governo brasileiro, em reconhecimento ao sucesso no combate à pobreza e na promoção dos direitos sociais da população mais vulnerável do Brasil. A ISSA é a principal organização internacional voltada à promoção e ao desenvolvimento da seguridade social no mundo, atuando na produção de conhecimento sobre o tema e no apoio aos países para a constituição e aprimoramento de seus sistemas de proteção social.  http://www.otempo.com.br/capa/brasil/brasil-recebe-pr%C3%AAmio-internacional-pelo-programa-bolsa-fam%C3%ADlia-1.729239), as obras de transposição do São Francisco (a seca é considerado por muitos como o fator que gera a pobreza do nordeste, porém após 500 anos há uma esperança desta realidade ser alterada, afinal este projeto busca colocar rios artificiais em locais que antes não tinham), bolsas de estudos como o PROUNI  ou o programa Mais Médicos que busca levar 15 mil médicos nas regiões que foram deixados a merce da própria sorte, a pergunta que eu faço é a seguinte: estas pessoas que criticam estes programas passam fome, sede, não tem médicos a sua disposição, não  conseguiram um estudo descente ou simplesmente estão criticando estes programas que estão tirando uma parcela enorme do povo brasileiro da miséria, da fome, do analfabetismo e da mortalidade infantil, simplesmente por que não aceitam que esta parcela da população esteja tendo um tratamento que antes era exclusivo da elite brasileira? Quem deve responder se estes programas está realmente surtindo efeito são todos os que estão sendo beneficiados, afinal é a vida destas pessoas que estão mudando (claro que sempre há uma parcela que se aproveita mesmo sem precisar e buscam nestes programas tirar vantagem pessoal). Os números estão aí, o Brasil é hoje exemplo mundial de combate a fome em uma década reduziu de 10,7 para 1,7% o número de desnutridos, em 2002 o país tinha 19 milhões de subnutridos home tem 3,4 milhões, esta redução foi tão impactante que o país ganhou o estatus um exemplo na política de redução da pobreza pelo Fundo das Naçoes Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Devemos vigiar e estar atentos com estas manifestações de impeachment pois lembremos que somos um país democrata e a presidente Dilma foi eleita legitimamente pela maioria da população brasileira. A oposição tem que saber perder e reconhecer que a vitória de Dilma reflete o interesse da maioria da população por manter o governo atual. O que deve fazer a oposição é o que todos esperam, fiscalizar e debater questões de interesse da nação. Não sejam egoístas a ponto de que os interesses pessoais ultrapassem o interesse de todo o país. 

domingo, 17 de agosto de 2014

A invasão de privacidade




Há uns 20 anos atrás para sabermos sobre uma determinada pessoa, teriamos que efetuar uma investigação minuciosa, buscando através talvez do lixo deste indivíduo fontes como o que ele alimenta, qual seus hábitos de leitura entre outros, ou talvez por fofocas, porém eram informações imprecisas. Tinhamos de certo modo uma privacidade, podíamos viver uma vida dupla, sendo por exemplo um excelente profissional com uma atuação exemplar e ter uma vida boêmia agitada, não que isto seja errado, mas podíamos viver sem que os outros questionassem o que é certo ou errado, tinhamos nossa intimidade preservada. Podíamos viver um amor platônico sem que outros soubessem ou interferissem, podíamos ter amantes sem que os outros desconfiassem, podíamos ter namoros e relacionamentos curtos ou duradouros que talvez uns poucos ficassem sabendo, podíamos viajar sem dar satisfação, podíamos ficar doente sem que muitos fizessem um estardalhaço como se estivessemos morrendo, poderíamos dar nossos vacilos e pagar micos sem que milhões ficassem sabendo, podíamos ter novos empregos sem que milhares estivessem apenas incentivando ou invejando, podíamos ter nossas loucuras de adolescentes sem correr o risco de aparecer para todos no dia seguinte, podíamos ter uma vida anônima, discreta e privada.
Hoje com a febre na qual se tornou os meios de comunicação e as redes sociais somos bombardeados com informações inuteis da vida privada de milhões de pessoas, muitos colocam praticamente tudo nas redes sociais, não precisamos mais do que uns cliques para saber quase tudo destas pessoas: o que gostam de fazer, o seu emprego, o estado civil, o que se alimentam, o que leem, onde viajam, quantos anos, quantos filhos, namorada/o, se tem cachorro enfim um verdadeiro mar de informações.
Os realty shows na qual milhões criticam e que milhões estão vivendo como se estivessem trancafiados numa casa, na verdade estão trancafiados numa rede que todos revelam praticamente tudo sobre suas vidas. As empresas, o seguro, os planos de saúde, a polícia, o pai da namorada, os traficantes, os ladrões, os banqueiros, a igreja, a família, a esposa enfim todos passam a saber tudo sobre você.
Se você não conseguiu uma determinada promoção que estava esperando a  muito tempo talvez seja aquela postagem na qual você colocou em que estava bêbado numa madrugada de domingo, ou talvez sua casa foi roubada por que você quis divulgar para todos que estava viajando no fim de semana com toda a família, ou que o seu seguro subiu exorbitantemente pois afinal você pratica esportes radicais, ou quem sabe sua namorada terminou com você por que o pai dela viu que curte Rock. O filme "O Show de Truman" de 1998 dirigido por Peter Weir e escrito por Andrew Niccol conta a história de Truman (Jim Carrey) que tem toda sua vida acompanhada por milhares de câmeras desde seu nascimento, em todos os lugares, tudo que ele fazia era visto por milhões de pessoas, sua vida tinha virado um teatro.  Hoje percebo que vivenciamos uma vida na qual temos milhões de Trumans, porém diferente do personagem que não sabia que estava sendo visto por milhões, podemos e devemos saber que a nossa liberdade está sendo cerceada por todos estes meios de comunicações que julgamos muitas vezes sem muito valor. É claro e já escrevi em outro momento o quanto é importante estes novos meios de comunicação, porém devemos utilizar com responsabilidade e muita inteligência.
A divulgação dos documentos secretos da agência norte americana de inteligência, na qual o governo norte americano está constantemente acompanhando tudo aquilo que fazemos na internet é apenas uma amostra de como estamos sendo vigiados,  nossa privacidade está completamente quebrada sem qualquer cerimônia.
Não estou fazendo nenhuma apologia para que as pessoas passam a não utilizar estes meios de comunicação principalmente as redes sociais. Apenas sejamos bastante criteriosos ao expor suas vidas para milhões ou até bilhões de pessoas.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A ditadura da felicidade




Ouvimos a todo momento vários conselhos como: Seja feliz! Não fique triste! você não pode ficar deste jeito! Sorria! Enfim, somos bombardeados para que sejamos felizes em todo instante, a tristeza e a angústia não cabe nesta sociedade, devemos viver a ditadura da felicidade. É da condição humana sofrer, se angustiar, sentir a dor, se enraivecer, se entristecer, enfim não temos como escapar, somente conseguiremos ter uma vida menos sofrível se suportarmos estes momentos de dor e angústias, quando vivenciarmos em toda sua plenitude estes momentos. Veremos que desta forma conseguiremos criar forças e equilíbrio emocional e físico para vivermos nossas vidas. Os livros de auto ajuda estão em todos os lugares, vendendo a ilusão de viver uma vida feliz, são títulos que se não fosse ridículo e trágico seria cômico, os dez mandamentos para ser feliz, como ser feliz em pouco tempo entre outros títulos ridículos e sem nenhum fundamento, apenas na lógica do consumo e do lucro, vende-se tudo no sistema capitalismo, até a felicidade. Se os livros de auto-ajuda ajudassem mesmo, não precisaríamos comprar mais e mais, pelo contrário iriamos depender menos destes manuais para conseguirmos alcançar nossa felicidade, quem realmente está se dando bem nesta história são os autores e as editoras.
Somos quase que obrigados a responder que estamos bem e feliz, mesmo que a resposta não seja a realidade, afinal um resposta negativa iria causar uma estranheza acompanhado com uma avalanche de perguntas e sermões de como ser feliz. A ditadura da felicidade nos obrigam a viver um faz de conta, uma vida na qual devemos a todo momento estampar em nossos rostos um sorriso, como um imagem congelada de alegria, estamos vivendo um teatro na qual colocamos uma máscara para irmos de encontro com nossa vida social.
 A tristeza, a raiva, a angústia são sentimentos humanos, não só devemos ter a consciência de estes sentimentos são inerente da nossa espécie, como também devemos entender que o que nos fortalece são a somatória de tudo isto. Somente existe felicidade se tivermos momentos de tristeza. Não há como escapar das doenças, das derrotas, da morte enfim tudo aquilo que nos atormentam devem ser encarados de frente e com toda as nossas forças. Não devemos fugir como fechamos os olhos quando vemos cenas de terror em um filme, a realidade não permite este tipo de acovardamento. O fortalecimento de nossa condição humana depende de como estamos vivendo estes momentos. Viver é algo extremamente complicado, doloroso, difícil, enfim algo que todos irão passar, como irá passar é que nos diferenciará uns dos outros. Por isto não busque a felicidade como quem compra um remédio para dor de cabeça, não compare a sua felicidade com as dos outros, o que nos tornam únicos é exatamente esta capacidade de vivermos de forma completamente diferente, mesmo diante das coisas semelhantes, jamais existiu e existirá dois seres que viverão igualmente. . Não procure a felicidade, apenas deixa que a vida lhe mostre, viva todos os momentos, independente de sua intensidade ou se é algo bom, ruím, trágico, feliz, triste, amargo, doce enfim somos humanos e não há como mensurar a felicidade.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Futebol: uma forma imbecil de sermos patriota



Mulher catando o que comer numa lixeira antes de jogo da seleção brasileira de futebol


Em toda copa do mundo, durante 30 dias percebemos um patriotismo imbecil e fajuto. Afinal de contas só vangloriamos, cantamos e choramos o hino nacional com a entrada de jogadores da seleção em campo, um torneio em que dirigentes de entidades corruptas como a CBF e a FIFA, governos oportunistas e esportistas gananciosos se gladiam por lucros exorbitantes, aproveitam da imbecilidade de boa parte do povo brasileiro para conseguir aumentar seus patrimônios. Ao invés de lermos ou assistirmos comentários de assuntos e de pessoas relevantes, simplesmente paramos na frente da televisão para ouvirmos e vermos talvez os seres mais idiotas e irrelevantes do mundo, a maioria se preocupam como acordou determinado jogador, o que almoçou entre outros assuntos deste nype. Toda esta turma que está lucrando com a copa eu não vejo nenhuma imbecialidade, afinal eles estão aproveitando o fanatismo dos torcedores brasileiros, que buscam no prazer fugaz e passageiro de ver sua seleção jogar, um prazer que ultrapassa o mero divertimento e entra no campo da irracionalidade. 
Afinal se o Brasil for campeão novamente no futebol, o que isto representará para o nosso país?  O que irá trazer de bom para o povo brasileiro? O que isto representará para o futuro de nossa nação? Nada.
Quem afinal são considerados os nossos heróis? Jogadores de futebol, esportistas, cantores de músicas alienantes e banais, narradores de futebol entre outros seres insignificantes na construção de uma grande nação.
O que realmente iria nos colocar como um país reconhecidamente grande e respeitado somos simplesmente um dos mais insignificantes da terra.
O Brasil jamais ganhou o prêmio Nobel (este prêmio é distribuído desde 1901 nas áreas de Química, Física, Medicina, Paz e Literatura e desde 1969 o de economia, representa as pessoas que mais contribuíram no desenvolvimento destas áreas para a humanidade). Até hoje 72 países ganharam este prêmio, e o Brasil se vangloriando de ser penta campeão do mundo de futebol não ganhou nenhum. A Argentina que tanto comparamos no futebol já ganhou cinco vezes o Nobel, outros países da América do sul também já ganharam, Venezuela, Colômbia, Peru e Chile. Outro título que poderia encher o brasileiro de orgulho, o Oscar jamais ganhamos uma estatueta, alguns países que já ganharam o Argentina 2 vezes, Costa do Marfim, Irã, Argelia, Bosnia entre outros.  
Voltando para o Futebol e a copa do mundo, somos campeões. Além deste insignificante torneio esportivo somos sim campeões em:
Taxas de homicídio: Somos um dos países mais violentos do mundo, o Brasil registrou mais de 10% do total de assassinatos do globo em 2012, segundo a ONU. 
Também somos o sexto país mais desigual do mundo, superamos apenas países como Namíbia, Botsuana, Serra Leoa, República Centro Africana e Suazilândia, todos situados na África subsaariana, a região mais pobre do mundo. Há sim somos o campeão da desigualdade na América Latina, conforme o Bird.
Somos o penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40  países.
O sistema de saúde brasileiro fica em último lugar em ranking mundial, lista produzida pela Bloomberg, levando em consideração 48 países.
E ainda batemos no peito durante esta copa para se orgulhar do nosso patriotismo. 
Espero que o mundial traga muitos turistas, que haja muita festa, que as manifestações possam acontecer sem violência, que celebremos uma confraternização mundial. Mas que a seleção brasileira saia do torneio o quanto antes, não quero que oportunistas aproveitam um mero torneio de futebol para retirar das atenções o que realmente devemos nos preocupar.  Congresso sem nenhum parlamentar e ganhando por isso, enchentes que estão arrasando o sul do país entre outros.
Para o bem da nação, a seleção tem que perder o mundial. Não desejo que este mundial seja utilizado como propaganda política por nenhum partido como aconteceu na copa de 70.
Segue abaixo a letra de uma música que retrata o que penso:

Legião Urbana
Perfeição 


 Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos covardes
Estupradores e ladrões
Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E sequestros
Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção
Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!


http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-25-paises-mais-violentos-do-mundo-brasil-e-o-18o

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/10/111010_brasil_nobel_brics_pai.shtml

 http://www.jornalcopacabana.com.br/ed104/arthur100.shtml

 http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-10-24/brasil-e-campeao-de-desigualdades-sociais-na-america-latina-diz-bird
 http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121127_educacao_ranking_eiu_jp.shtml


http://noticias.r7.com/saude/sistema-de-saude-brasileiro-fica-em-ultimo-lugar-em-ranking-mundialnbsp-31082013

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Atos de selvageria na abertura da copa do mundo no Brasil


"Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer."         Albert Camus






Vivemos em um país que apesar de sua jovem democracia, tem como um de seus pilares a liberdade de expressão, liberdade política, enfim temos toda a liberdade de falarmos e expressarmos nossas opiniões, porém, o que vimos durante a abertura da copa do mundo no Brasil foram ofensas de caráter selvagem. Saiu de um grupo privilegiado da sociedade palavrões que com toda certeza não gostaríamos que nossas crianças ouvissem nas nossas casas, bilhões de pessoas escutaram aquelas palavras que tinham como alvo a Presidente da República do Brasil Dilma Rousseff, neste caso não interessa a posição política de cada um, mesmo que a ofensa fosse para qualquer um, isto não serve como justificativa para que um bando de selvagens gritassem ofensas que envergonharam a todos os brasileiros diante do mundo, talvez metade da população do mundo, lembrando que quem estava gritando estava usufruindo das realizações da copa, soa como hipocrisia e a mais pura evidência de que o ódio e a raiva está numa parcela da população que buscam através do anonimato demonstrar toda sua selvageria. Vale lembrar que o cargo de Presidente da República no Brasil representa o Chefe de Estado e de governo da nossa nação, não  interessa a sua posição política, o seu candidato, se você concorda ou não com os rumos de nossa política, mas querendo ou não a Dilma Rousseff é a nossa presidente e o Estado brasileiro e a população que ela representa deve ser tratado com todo o respeito. Quando não respeitamos os nossos representantes estamos manchando a imagem de um país Republicano e Democrático. Busquemos mudar o Brasil não com palavrões, mas com discussões políticas e escolhas democráticas através do voto, e claro devemos respeitar os nossos políticos que foram eleitos democraticamente.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A vulnerabilidade de nossa razão



Somos seres dotados de inteligência, temos  a nossa capacidade de vivermos em culturas múltiplas, temos História, criamos e destruímos grandes colossos, temos sonhos, desejos, angústias, amores, amizade,  fraternidade, maldade; enfim somos humanos. Um ser único na face da terra, talvez tenhamos companheiros igual ou mais evoluído em outros confins do Universo, mas voltando para o nosso humilde e simples planeta terra, podemos perceber o quanto somos diferentes de todas as outras especies, mesmo comparados aos nossos parentes mais próximos, os macacos, somos infinitamente superiores no quesito inteligência.
Mas ao introduzir a ideia de evolução, podemos questionar, o que seria esta evolução. O século XX e começo do XXI é talvez o período em que mais houve mudanças científicas e tecnológicas, porém é também o mais sangrento, as guerras e holocaustos provocados por nós tem nos colocados grandes dilemas. Somos seres racionais e ao mesmo tempo não usamos a nossa racionalidade para evitar grandes trajédias, mortes, assassinatos, apoiamos correntes de pensamentos neonazistas, deixamos nossas crianças passarem fome, serem mortas, se drogarem, trabalharem ao invés de estudarem. Nossos idosos serem humilhados, maltratados e deixados a própria sorte. As nossas mulheres, quantas são violentadas e ainda pensamos que isto é culpa delas. Os negros, que no passado recente foram escravizados e que após serem deixados a própria sorte ainda não conseguem se erguerem pois o racismo que muitos ainda acreditam não existir está sendo praticado a todo momento em todo lugar. E os homossexuais que não podem viver suas liberdades sexuais por causa de um moralismo religioso que tem causado ódio, morte e violência, somos ou melhor deveriamos ser um país livre, com liberdade conforme rege nossa constituição. Os índios que foram quase totalmente dizimados na invasão européia do continente deles, hoje tem que lutar para manter suas terras, sua dignidade, suas vidas, fomos contaminados por uma visão capitalista, na qual não conseguimos entender o modo de vida deles, olhamos para a floresta e vemos pastos, olhamos os animais e vemos indústrias e comércio.
Enfim, estamos no alge do conhecimento e ao mesmo tempo da ignorancia, não sabemos utilizar nossa razão para vivermos melhor, somos sugados pela nossa ganancia, nossa forma de viver destruidora e individualista, utilizamos de nossa moral decadente para classificar, julgar e condenar quem achamos que devemos. Até quando iremos viver nessa ignorância, até quando seremos direcionados por atitudes e opiniões que são ditados por uma massa de manobra, como um rebanho que será direcionado para o abate e não fazemos nada, não dizemos não, afinal é comodo ir com a maioria. Até quando seremos este ser mediocre e incapaz de fazer algo que realmente possamos bater no peito e dizer sou um ser humano, o ser mais evoluido de todos os outros animais.

domingo, 30 de março de 2014

Banalização do mal




O Holocausto durante a segunda guerra mundial provocou grandes transformações políticas e no
pensamento ocidental. Israel buscou de várias formas capturar e julgar aqueles que participaram direto e indiretamente deste terrível episódio da história humana. Um destes fugitivos foi Eichmann, ele foi capturado na Argentina da década de 60 e levado para julgamento em solo israelense. Este caso teve uma grande repercussão internacional, sendo transmitidos para vários países. A filosofa Hannah Arendt se interessou pelo caso e virou repórter neste julgamento. 
Ela buscava compreender como era a mente de um ser humano que tinha ajudado a matança de  milhões de judeus. A sua genialidade foi fundamental para descobrir que aquele homem era um simples burocrata que obedecia as ordens superiores, um ser comum que tinha família, ia a igreja, tinha cachorros, filhos, uma casa e uma vida como qualquer outra, diferente da visão de muitos que buscavam naquele ser um verdadeiro monstro. Não, ele era como todos nós. Arend faz uma análise do mal não como uma categoria ontológica, não é natural, nem metafísico. O que ela perceba é que o mal é algo histórico, politizado, é produzido por pessoas na qual encontra espaços institucionalizados para perpetrar e difundir algo perverso. Porém não como algo monstruoso na qual as pessoas tenham medo, mas na sua trivialidade. Isto se deve ao esvaziamento do pensamento, neste cenário perfeito a banalidade do mal se alojo e se alastra. As pessoas seguem a lógica perversa do mal, porém sem fundamentos e com atitudes que muitas vezes parecem normais para o cotidiano.

Um exemplo que pode acontecer no nosso cotidiano na qual o mal não está em uma, duas ou algumas pessoas, mas na situação em que ocorre o evento:
Numa pesquisa recente foi demonstrado que a maioria dos brasileiros acham que as mulheres são as maiores culpadas por serem estupradas, que elas até merecem devido ao seu estilo de roupa. Podemos perceber que a falta de fundamentos neste tipo de raciocínio provoca a perpetuação do mal. Pois ao invés de condenarmos com veemência os estupradores, estamos invertendo a lógica e culpando as vítimas. Este tipo de pensamento provoca uma inversão de valores, então aquele que comete o estupro foi incentivado a fazer o ato, pois ele não tinha outra escolha, a moça o provocou? 
Este tipo de argumento é o mesmo que apoia atos de violência como as dos justiceiros que estão fazendo justiça com as próprias mãos em vários pontos do país. Ou aqueles que pensam que se os políticos roubam eles também tem o mesmo direito. Ou aqueles que condenam as prostitutas e homossexuais com argumentos moralistas e muitas vezes com práticas neonazistas.
Será que estas pessoas que pensam desta maneira teriam este mesmo pensamento se alguém de sua família fosse estuprada? Ou se acharia normal se um filho fosse julgado pelos justiceiros caso cometesse um crime?
O se estivessem morrendo em hospitais sem serem atendidas por descaso de nossos governantes?
Ou se tiverem algum parente próximo na prostituição ou discriminado e julgado por ser homossexual, será que gostariam que fossem  espancados até a morte, são atitudes que grupos neonazistas praticam. 
A máxima da ética é: tudo aquilo que você quer para si, deve desejar para todos (sem exceção), tudo aquilo que você não quer para si, deve também não querer para ninguém.
A banalidade do mal está no nosso dia-a-dia, nas nossas opiniões, nas nossas atitudes, no que fazemos e no que deixamos de fazer, na ação e também na omissão, no cumprimento das leis e no seu descumprimento. Devemos a todo momento analisar se estamos realmente fazendo o que é ético. Não devemos ficar neutro, por cima do muro. Isto só demonstra o quanto somos covardes de insensíveis.  

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Somos todos responsáveis

Não vamos nos abster de nossas responsabilidades, devemos entender que os fatos conforme fotos abaixo são exclusivas da ação humana, não vamos tentar retirar de nossas responsabilidades estas tragédias. A nossa omissão leva com que os maus possam fazer todas as atrocidades possíveis. As maquinas de guerra, na qual exterminaram milhões de pessoas, não foram realizadas sem o apoio direto, ou a omissão de toda uma população. Quando votamos, ou não votamos, quando apoiamos determinados partidos políticos, grupos, religiões, enfim tudo que fazemos e acreditamos está relacionado com uma determinada cultura. Devemos entender que que esta cultura que estamos inseridos tem responsabilidades e culpas por tudo aquilo que acontece em nossa sociedade. Devemos então refletir todas as nossas ações e nossas opiniões. Quando pensamos que a violência é a única resposta para  a violência estamos apoiando atitudes como as das fotos abaixo. Muitos vivem uma duplicidade, tem um discurso de "amar ao próximo" mas apoiam a violência, o preconceito, a discriminação, a ganância, a corrupção enfim tudo aquilo que causa a discórdia. Buscam a paz divina, mas apoiam o inferno na terra. A ética há muito tempo tem perdido a luta pela ganância do modo de viver capetalista, na qual o dinheiro é a forma de determinação de toda a ação e atitude humana. Esta vida dupla na qual muitos vivem, só me deixa uma convicção: o ser humano, na sua maioria, são egoísta e não vêem na morte alheia algo surpreendente, apenas assistem tudo pela TV e continuam a viver suas vidinhas, esperando o descanso para assistir seu futebol ou sua novela. 















terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte." Nietzsche


  


Ao nascermos, somos jogados neste mundo cheio de dementes, loucos, ladrões, psicopatas, assassinos, estupradores entre outros. O nosso caráter é testado a todo instante, as nossas reações são colocados a prova em cada instante de nossa existência. A cada momento passamos por situações que nos proporcionam reflexão e na maioria das vezes agimos sem pensar e por impulso. Quando percebemos, já foi, apenas ficamos pensando que aquilo que fizemos foi algo impensável. Diante de tantas loucuras, de tantas atitudes desumanas e frias, só nos resta apreendermos com os nossos próprios erros. Viver é mais do que apenas seguir o que é correto, mas principalmente, não repetirmos os nossos próprios erros. Nietzsche nos coloca que "o que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte", sábias palavras, afinal de contas na maioria das vezes só percebemos o valor das coisas quando perdemos, ou quando vivemos situações na qual passamos perto da perda. Aquele que já passou por uma situação de quase morte, após o ocorrido, a vida terá outra conotação, não ficará preso a pequenas bestialidades cotidianas, o dinheiro com certeza não será a sua divindade. Não vamos acordar apenas quando passarmos por situações difíceis, afinal pode acontecer que não tenhamos outra chance. Vemos a todo instante grandes tragédias, violências por questões banais, intolerância de toda espécie, falta de diálogo entre outras. Não vamos esperar que coisas ruins aconteçam para que possamos fazer algo. Levantemos de nossas vidas cômodas e busquemos viver com responsabilidade não somente com você mesmo, mas com os  outros. Busquemos uma vida autêntica, caminhemos juntos na árdua e dura trajetória humana, afinal somos seres sociáveis, jamais conseguiríamos suportar os desafios da natureza sem a união de todos. Não vamos repetir os nossos erros passados.