domingo, 28 de abril de 2013

O fundamentalismo religioso




      Quando acontece algum atentado terrorista, como foi o caso recente de Boston, sempre há aquela ideia (pelo menos de uma grande maioria) de que o terrorismo é algo criado e sustentado pelo islã. Os muçulmanos são colocados como suspeitos e há uma tendência de relacionarmos estas brutalidades com a Jihad islâmica. A palavra Jihad tem um significado essencialmente da religião islâmica e significa:  empenho, esforço. Diferentemente do que muitos pensam ela não significa Guerra Santa, este nome foi dado pelos Europeus principalmente durante a Idade média.
      A igreja católica foi responsáveis por inúmeras "Guerras Santas", principalmente durante o períodos das Cruzadas, na qual com argumentos religiosos os cristãos atacaram e invadiram a palestina para conquistar aquele território.

Multidão presta um tributo às vítimas dos ataques na Noruega com milhares de flores em Oslo, 24 de julho:imagem 3
Os atentados, perpetrados por um ativista de extrema-direita e fundamentalista cristão, resultaram em pelo menos 76 morto na Noruega 2011.


O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA, é um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexar-se à República da Irlanda. Utiliza-se métodos terroristas de ataque a protestantes.

      O fundamentalismo como conhecemos hoje nasceu dentro do cristianismo, nos EUA final do século XIX e início do XX, precisamente dentro do protestantismo da igreja Batista fim da década de 1910.
      No livro sagrado dos cristãos (a Bíblia) há vários textos que incitam a guerra em nome de Deus, como nos exemplos abaixo:
      “No Novo Testamento, Jesus encontrou com soldados romanos que estavam cumprindo ordens e não os censurou por matar, disse apenas que deveriam se contentar com seu salário e não se corromper (Lc 3:14). Em Mateus 8:5-10 e Atos 10 lemos sobre a fé de soldados que não foram recriminados por Jesus por terem matado ninguém”.
       No Antigo Testamento, Deus ordenou aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas” (Números 31:2). Deuteronômio 20:16-17 declara: “Porém, das cidades destas nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego. Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente...” Além disso, 1 Samuel 15:18 diz: “Enviou-te o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los.” Obviamente, Deus não é contra toda a guerra. Jesus está sempre em perfeito acordo com o Pai (João 10:30), de modo que não se pode argumentar que a guerra era a vontade de Deus apenas no Antigo Testamento. Deus não muda (Malaquias 3:6, Tiago 1:17).

      Também dentro do Alcorão encontramos trechos que incitam a guerra como os exemplos abaixo:
      [2.190] ... Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem...[2.191] Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos.

     ...Recordai-vos de que, quando Deus vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos, desejastes enfrentar o desarmado. E Deus quis fazer prevalecer a verdade, com as Suas palavras, e exterminar os incrédulos,

      E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos fiéis! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!

     [9.19] ... lutam pela causa de Deus?... [9.20]... migrarem e sacrificarem seus bens e suas pessoas pela causa [Jihad] de Deus...


Ataque terrorista 11 de setembro 2011 EUA.


Soldado da Jihad islâmica, o alcorão numa mão e um fuzil na outra.

      A religião justifica tudo: a guerra e a paz, a vida e a morte, o bom e o ruim, a união e a discórdia, a liberdade e a prisão, enfim tudo pode ser justificado em nome de Deus. 
     Em nome de Deus os homens criaram grandes Estados que massacraram milhões de pessoas. Tanto Estados Teocráticos como Estados Ateus mataram e massacraram.
     Em toda a História da humanidade a religião foi motivo de amor e guerra, podemos tirar qualquer justificativa dentro dos livros sagradas como argumento para tudo.
      O fundamentalismo não está relacionado a determinada religião, as pessoas buscam justificativas para a intolerância.
      Não podemos em pleno século XXI aceitar atitudes racistas, xenofóbicas, discriminatórias que causem mortes e intolerãncias com pessoas que são simplesmente diferentes de nós.
     O fundamentalismo deve ser combatido na raíz, não podemos deixar alastrar grupos fundamentalistas num estado democrático de direito. Denuncie qualquer atitude discriminatória.

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