A
sociedade pós-moderna está passando por grandes transformações nas suas inúmeras
concepções, a escola não poderia ficar de fora, afinal ela é um dos pilares da
construção da humanidade. O que nos diferenciam dos demais seres vivos é a
capacidade de construirmos nossa história e através dela podemos ensinar os
demais seres humanos os nossos conhecimentos, com isto disseminamos nossas
habilidades e construímos uma sociedade com maior capacidade de sobreviver
neste mundo repleto de conflitos, dificuldades e obstáculos.
A
sociedade atual está num processo de mudança rápida na sua concepção, os
pilares dessa sociedade que são a família, a escola, a igreja, os partidos
políticos entre outros, buscam se ajustarem dentro desta rapidez, conforme esta
gama de concepção enquanto seres que necessitam de uma unidade para
sobreviverem. Crescem a todo o momento as chamadas tribos urbanas,
são grupos de pessoas que passam a se identificarem uns com os outros através
das roupas, forma de andar, músicas, religião entre outros, estas tribos buscam
se afirmarem e tentam ganhar espaço a todo o momento, mesmo que para isto
passam a discriminar e atacar os demais grupos, um exemplo que está em
evidencia são os chamados neo-nazistas,
grupos que pregam o ódio e a discriminação de outros grupos como os negros,
índios, nordestinos, homossexuais e mulheres.
Como a escola está inserida neste contexto, as
diferenças entre cada um dos alunos são evidenciadas através das falas, formas
de andar, danças, roupas, gírias e nas suas conversas e reuniões entre os
grupos, que na sua maioria tem uma forte tendência a seguir os grupos de fora
dos muros da escola.
As
identidades destes grupos são colocadas em conflitos ao se agruparem em um
mesmo local, no caso a escola, as diferenças são evidenciadas e os choques de
interesse são cada vez mais destacados. E é justamente neste ambiente em que se
agrupam estas turmas que os professores e os demais integrantes da escola tem
um papel fundamental. Como conseguir uma unidade, uma síntese deste
multiculturalismo dentro de um ambiente tão conflitante que são as salas de
aula.
Ao
compreendermos este conflito, podemos nos colocar como árbitros desta situação,
mostrando que é normal sermos diferentes uns dos outros, não podemos jamais
querer que o outro seja igual a cada um de nós. Somos tão diferentes que
buscamos nos unir para nos firmarmos como um grupo, para que possamos nos
comunicar e demonstrar nossas angústias e concepções de vida. Vivemos tão
intensamente nossas diferenças que necessitamos de alguém para nos desabafar e
colocar nossos questionamentos para que possamos viver em harmonia conosco e
com os outros.
Esta
sociedade líquida busca nas suas inúmeras formas de se relacionar, uma maneira
de conseguir se sobressair diante dos dilemas em que a humanidade se encontra.
Como sobreviver na riqueza e a extrema pobreza, como conciliarmos o crescimento
acelerado de nossa forma de viver e a conservação do meio ambiente, como viver
em paz se a cada momento estamos construindo mais armas e de alta tecnologia,
como curar doenças que são mortíferas e ao mesmo tempo não conseguimos ter uma
vida saudável, como entender o outro se
não conseguimos entender a nós mesmos.
Vivemos
numa sociedade egoísta e consumista, avaliamos o outro não pelo seu caráter,
mas pelos seus bens materiais, julgamos pela aparência, buscamos grupos que nos
possam dar algo material, mesmo que seja ilusão. Estes dilemas são refletidos
na sala de aula, os grupos minoritários são discriminados e deixados de lado,
os alunos buscam se juntarem com grupos que lhes dão evidência, evitam com isto
aqueles grupos na qual tem que lutar para sobreviver, são poucos aqueles que
continuam a lutar pela sua identidade, afinal a humilhação, os conflitos e as
conseqüências são muito doloridas. Desta forma grupos que são de caráter
majoritário, que estão em evidência na mídia, são colocados como exemplos a serem seguidos. A tradição, os
costumes e os grupos minoritários são jogados a margem desta sociedade.
Infelizmente nossa sociedade está a todo instante se massificando, estamos
saindo de uma sociedade heterogênea para uma homogênea, na qual a forma de vida
capitalista está prevalecendo sobre os grupos minoritários.
Cabe aos
professores, se não podem evitar esta tendência, pelo menos expor e mostrar aos
alunos as diferenças e as diversas formas de identidades, que todos não podem
ser hierarquizados, mas sim viverem com respeito mútuo.
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